Citi: Interferências externas na Petrobras geram riscos de continuidade de estratégia
Banco manteve recomendação de compra para ADRs da companhia, mas com preço-alvo abaixo do fechamento de ontem

A mudança no comando da Petrobras deve gerar uma reação negativa do mercado, na medida que a empresa vem passando por significativas interferências externas, o que deve gerar risco quanto à continuidade de sua estratégia, diz o Citi, em relatório.
O governo tirou Joaquim Silva e Luna do comando e nomeou Adriano Pires, sócio-fundador da CBIE, para seu lugar. Rodolfo Landim foi nomeado como presidente do conselho de administração da empresa.
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“Do nosso ponto de vista, não esperamos grandes mudanças na política de preços ou alocação de capital da Petrobras, pois entendemos que o estatuto atual e as leis brasileiras impedem qualquer ação que possa prejudicar os acionistas minoritários da empresa”, escrevem os analistas Gabriel Barra, Andrés Cardona e Joaquim Alves Atie.
Segundo eles, Pires está alinhado com uma política de preços de combustíveis seguindo uma paridade internacional e uma alocação racional de capital.
Ainda assim, a Petrobras já teve 39 presidentes desde a sua criação, de 1954 a 2022, destacam os analistas, e as interferências externas trazem riscos quanto à continuidade da estratégia da empresa.
Os analistas ressaltam o risco Brasil, os preços do petróleo, a influência política, o crescimento da produção, que traz problemas de execução, e o balanço patrimonial, devido a riscos relacionados ao refinanciamento da grande posição de dívida da companhia.
O Citi manteve sua recomendação de compra para os recibos de ações da Petrobras (ADRs), com preço-alvo de US$ 14, abaixo do fechamento de US$ 14,18 de ontem.