Peso da guerra comercial: entenda por que o dólar dispara um dia após despencar

O dólar, não só no Brasil, mas no mundo, vinha numa rota de desvalorização até ontem. Ante o real, caiu 1,23% nesta quinta-feira, a R$ 5,6285, no menor nível desde 14 de outubro de 2024 .
Em 2025, até ontem, a moeda americana acumula queda de 8,92%.
Hoje, porém, a divisa dos Estados Unidos dispara cerca de 3%, chegando a R$ 5,82 na máxima, acompanhando o movimento global.
O que está acontecendo com o dólar?
Até ontem, a leitura dos mercados era de que a desaceleração econômica provocada pelo “tarifaço” imposto pelo presidente americano, Donald Trump, contra parceiros comercias ficaria mais restrita aos Estados Unidos.
Isso deu sequência à rotação de carteiras e saída de ativos americanos para outros mercados, como, por exemplo, o Brasil. Isso provocou o enfraquecimento da moeda americana em nível mundial.
Hoje, porém, com a forte reação da China, que retaliou os Estados Unidos com tarifas na mesma proporção imposta por Trump, de 34%, o sentimento dos mercados mudou.
Efeitos da guerra comercial
A percepção é que os impactos da guerra tarifária vão ser muito mais amplos do que limitados aos EUA, elevando os temores de uma recessão no mundo.
Desta forma, investidores correram novamente para o dólar, considerado um ativo de segurança, levando à sua forte valorização nesta sexta-feira de acentuada aversão global a risco.
Os próximos movimentos do câmbio global dependerão de como a guerra comercial vai se desenvolver e, especialmente de Trump. O presidente americano tem usado as tarifas comerciais como moeda de troca para negociar suas pretensões com outros países.
De acordo com o Financial Times, o presidente americano sugeriu que poderia cortar tarifas sobre produtos chineses se Pequim concordar que a ByteDance, a proprietária chinesa da rede social TikTok, venda a operação americana do aplicativo.
“Temos uma situação com o TikTok em que a China provavelmente dirá que aprovaremos um acordo, mas você fará algo sobre as tarifas”, disse Trump, a bordo do Air Force One, segundo a reportagen. “As tarifas nos dão grande poder para negociar”, acrescentou o presidente.
*Com informações do Valor Econômico
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