Mercado calibra expectativas para qual será a alta da Selic na próxima reunião do Copom

Semana tem dados do mercado de trabalho no Brasil e PIB do 1º trimestre dos Estados Unidos

O Copom se reúne nos dias 6 e 7 de maio e o mercado esquenta ao longo da semana as projeções para a próxima alta da Selic. A principal aposta até aqui é de que a taxa básica de juros será elevada em 0,50 ponto percentual, para 14,75% ao ano.

No entanto, os agentes financeiros começam a avaliar se o comitê pode ser mais dovish. Ou seja, no jargão dos especialistas, adotar uma postura flexível.

Isso porque integrantes do Banco Central – e que participam da decisão do Copom – sinalizaram que a política monetária já está em um patamar muito restritivo.

Ao mesmo tempo em que avaliam que a guerra comercial entre Estados Unidos e China traz um viés de baixa para o crescimento do PIB e até mesmo para a inflação.

Portanto, vale ficar ligado nas previsões para o que vai acontecer com a Selic na virada do mês. Dois cenários podem entrar no radar:

  • Alta de 0,25 ponto percentual;
  • Aumento de 0,50 ponto percentual e paralisação do ciclo de aperto.

Dentro da agenda de indicadores no Brasil, a semana terá dados de março do mercado de trabalho.

Os números da PNAD Contínua e do Caged saem na quarta (30), na véspera do feriado do Dia do Trabalho. A B3 fica fechada na quinta, em razão das comemorações.

Estados Unidos à beira de uma recessão?

Lá fora, o tarifaço de Donald Trump continua no foco.

Além dos anúncios imprevisíveis e recuos repentinos do presidente americano, o mercado olha agora para os efeitos no crescimento da economia do país.

Os números do PIB do 1º trimestre de 2025 serão revelados na quarta pela manhã.

Em relatório distribuído a clientes, a economista-chefe do Itaú Private, Gina Baccelli, destaca que a percepção é de que as disputas comerciais de Trump podem levar os Estados Unidos à recessão.

O comentário da economista aponta que questões como a deterioração da política fiscal e o aumento de incertezas comprometem o excepcionalismo americano.

“Nesse ambiente, torna-se difícil vislumbrar uma retomada consistente da produtividade – e, consequentemente, do crescimento que vinham apresentando nos últimos anos. Mesmo em um cenário mais benigno, em que tarifas sejam reduzidas, o crescimento esperado para o ano é próximo de zero”, diz o insight veiculado pelo Itaú Private.

O impasse comercial com a China segue como um dos principais riscos, indica o documento com o relato de Gina Baccelli.

“Avalia-se que, caso o nível das tarifas retorne ao que foi anunciado antes da trégua de 90 dias, ou se essas forem aumentadas, os EUA podem se encaminhar para uma recessão. A trégua vigente tende a ser estendida, dado o reconhecimento de que acordos comerciais costumam levar mais de um ano para serem concluídos – o que é notícia positiva, mas também significa que a incerteza continuará elevada. Apesar disso, falta clareza sobre o que os EUA desejam nas negociações, o que contribui para o prolongamento da incerteza”, diz o texto emitido pelo banco.

Calendário econômico – 28 de abril a 2 de maio

Segunda (28)

08h25: Boletim Focus (Banco Central)

Terça (29)

08h00: IGP-M/Inflação do aluguel de abril (FGV-Ibre)

Quarta (30)

06h00: PIB do 1º trimestre da zona do euro
09h00: Taxa de desemprego/PNAD Contínua de março (IBGE)
09h30: PIB do 1º trimestre dos Estados Unidos
11h00: PCE/Índice de preços de gastos com consumo de março nos Estados Unidos
Sem horário: Caged/Geração de emprego formais em março (Ministério do Trabalho)

Quinta (1)

Feriado no Brasil: Dia do Trabalho

Sexta (2)

09h30: Payroll/Dados de abril do mercado de trabalho nos Estados Unidos

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