Argentina ignora pressões e renova acordo de bilionário de swap com a China

O Banco Central argentino renovou acordo de swap com a China, ignorando pressões dos EUA que visam reduzir a influência chinesa na região

O Banco Central da Argentina renovou seu acordo swap de US$ 5 bilhões com a China por um ano, segundo um comunicado emitido nesta quinta-feira.

O acordo de troca de moedas — que tem papel relevante na redução do déficit das reservas internacionais argentinas — tem sido alvo de pressão dos EUA, que buscam reduzir a influência de Pequim sobre os países da região.

“O Banco Central da República Popular da China (PBOC) e o Banco Central da Argentina (BCRA) concordaram em renovar a parcela do acordo de swap bilateral de RMB (yuan) 35 bilhões (US$ 5 bilhões) por mais 12 meses”, disse o comunicado oficial.

Esse acordo foi ativado em 2023, e a Argentina deveria começar a pagar em parcelas a partir de junho deste ano.

Há alguns dias, em meio às negociações com o FMI, Mauricio Claver-Carone, enviado do Departamento de Estado para a América Latina, alertou que Washington gostaria que o governo local cortasse o swap.

“O comentário do enviado de Donald Trump para as Américas está alinhado a política internacional do governo Trump na sua cruzada contra o governo chinês. A Argentina não pode adotar essa medida [de encerrar os swaps] porque Argentina tem forte relações com o governo chinês em diversos aspectos. E o swap hoje é um elemento-chave para manter os níveis de reservas internacionais no nível atual, de US$ 20 bilhões a US$ 25 bilhões”, Jose Lezama, economista chefe da Fundação Geo de pesquisas econômicas.

Após as declarações do enviado de Trump, um porta-voz do governo chinês respondeu: “As relações entre a China e a Argentina contribuem para a estabilidade econômica e financeira do país e é bem recebido pelo governo argentino. Instamos os EUA a adotarem uma perspectiva correta e começarem a considerar como isso pode contribuir para o desenvolvimento dos países da América Latina e do Caribe.”

*Com informações do Valor Econômico