CSN (CSNA3) pode entregar até cinco vezes mais dividendos em 2025

Santander prevê aumento de cinco vezes no valor de dividendos da CSN (CSNA3) em para 2025; receita passa pela CSN Mineração (CMIN3) e dólar
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  • Projeção do Santander aponta dividend yield de 5,4% para CSN (CSNA3) em 2025, contra 1,1% em 2024.
  • CSN Mineração (CMIN3) crucial para atingir meta, impulsionada pela demanda chinesa e preços estáveis do minério.
  • Plano de defesa europeu e exportação de aço brasileira (alta de 24% em 2025) também contribuem.
  • Riscos incluem concorrência chinesa, desaceleração econômica e queda no setor imobiliário brasileiro.
  • Estabilidade do dólar em R$ 5,70-5,80 é fundamental para controlar a dívida dolarizada da CSN e impulsionar os dividendos.
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Empresas citadas na reportagem:

A CSN (CSNA3) pode entregar a seus acionistas um valor em dividendos sobre ação quase cinco vezes maior em 2025 do que em 2024. Esta é a projeção do Santander, que calcula um dividend yield (rendimento) de 5,4% para a acionistas da Companhia de Siderurgia Nacional no ano corrente, a partir de uma margem de somente 1,1% para 2024. E a CSN Mineração (CMIN3) pode ser decisiva para chegar ao alvo dos analistas.

Especialistas explicam que, para pagar cinco vezes mais dividendos em 2025, a siderúrgica precisa contar com de estabilidade no câmbio, demanda europeia por aço e preço de ferro cada vez mais estável para a CSN Mineração manter o bom resultado do quarto trimestre. Por enquanto, tudo parece favorável para a CSN (CSNA3).

O peso da CSN Mineração (CMIN3) nos dividendos da CSN (CSNA3)

O braço de mineração da CSN brilhou nos resultados do quarto trimestre. A siderúrgica bateu receita operacional de R$ 3,3 bilhões, e mais da metade (59%) do resultado fechado veio da divisão, com benefícios de volume acima do esperado pelo mercado na venda de ferro e um preço favorável da commodity, acima de US$ 100 por tonelada.

Tanto as ações da CSN assim como da CSN Mineração (CMIN3) dispararam após o resultado.

E a CSN Mineração deve continuar brilhando em 2025. O Santander, ao mesmo tempo em que projeta um salto de dividendos da CSN (CSNA3), disse em relatório que a companhia tem um problema de perda de caixa.

No entanto, ao contrário da holding, a CSN Mineração tem entrada líquida no caixa. Sobretudo, a alavancagem também é menor, equivalente a 0,8 vezes a receita da operação, contra 3,49 vezes da CSN.

Para Vitor Mafra, gestor da Doxos Capital, a recuperação econômica da China deve impulsionar mineradoras do Brasil. Isso porque o mercado imobiliário, antes em apuros, pode estar perto de um ponto de inflexão rumo à estabilidade, diz o UBS.

“Inclusive isso apoiou a alta em vendas da CSN Mineração (CMIN3)”, comenta Mafra. “A empresa vende um minério de ferro com menor qualidade do que a Vale, por exemplo. Mas assim ela ganha mercado pelo preço baixo, porque a China procura quem vende mais barato”, explica.

Plano de defesa da Europa favorece exportação de ferro

O plano de investimento em defesa anunciado pela União Europeia pode favorecer as vendas da CSN (CSNA3) e, assim, o dinheiro reservado para dividendos.

A exportação de aço brasileiro cresce 24% em 2025 em comparação com o ano anterior, mostram dados da XP Investimentos. O aumento no volume de aço que sai do País vem em meio à tarifa global do produto aplicada por Donald Trump, presidente dos EUA.

Assim, a demanda por aço deve se apoiar mais na Europa do que no Brasil, aponta Mafra. “Tanques, armas e equipamentos de Defesa utilizam esse aço pronto, e a expansão fiscal europeia favorece insumos brasileiros lá fora”, comenta.

Dentro do mercado local, o viés para a CSN e seus dividendos é negativo, aponta Caio Amoed, fundador e analista da Bluechip Invest.

Afinal, a CSN e demais brasileiras enfrentam concorrência acirrada do aço chinês. A demanda por aço interna ainda pode sofrer com a possível desaceleração da economia a partir do segundo semestre, diz Amoed.

A XP Investimentos destaca que o ritmo de novos lançamentos imobiliários no Brasil pode cair na segunda metade do ano, assim como a produção da indústria automobilística. Isso também pesa contra o lucro da CSN.

Como os dividendos da CSN dependem mais do dólar

O contraponto de queda da demanda pode vir da estabilidade do dólar no patamar de R$ 5,70 a R$ 5,80. De acordo com Amoed, se o câmbio se mantiver nessa faixa de oscilação pelo resto do ano, a CSN (CSNA3) pode ter mais espaço para pagar dividendos porque sua dívida é dolarizada.

Entre novembro e dezembro, a dívida da siderúrgica saltou pela alta recorde do dólar, para R$ 6,30. O prejuízo do fluxo de caixa da CSN no quarto trimestre passou de R$ 986 milhões para R$ 1,75 bilhão, como consequência da variação cambial negativa.

“Hoje eu não vejo dólar subindo e nem caindo muito”, diz Amoed.

“Como boa parte da dívida da CSN está em moeda estrangeira, acho que a alavancagem deve cair. Sem grandes impactos negativos, o câmbio pode impulsionar os dividendos da CSN (CSNA3)”, afirma.

Em base de comparação, Vitor Mafra afirma que o efeito cambial pode trazer um resultado positivo para a CSN no primeiro trimestre deste ano. “A CSN sofreu um efeito negativo parecido com a Petrobras”, diz.

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