Adeus, Hedging-Griffo: fim de uma corretora lendária no mercado financeiro brasileiro

Com a compra do Credit Suisse pelo UBS, a corretora Hedging-Griffo encerra suas atividades após décadas de história no mercado brasileiro, marcando o fim de uma era.

Ibovespa recua puxado pelas ações de bancos. Afinal, porque o setor foi o que mais caiu no pregão pós-Copom? Foto: Cris Faga/NurPhoto/Reuters
Ibovespa recua puxado pelas ações de bancos. Afinal, porque o setor foi o que mais caiu no pregão pós-Copom? Foto: Cris Faga/NurPhoto/Reuters

Com a compra global do Credit Suisse pelo UBS, as estruturas do novo grupo no Brasil também estão mudando. O Banco Central já deu autorização para o negócio e hoje permitiu a troca de nome da corretora Credit Suisse Hedging-Griffo para UBS Brasil.

Assim, chega ao fim uma das mais lendárias corretoras de valores da história do mercado brasileiro.

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A história da Hedging-Griffo começa em 1929, quando David Stuhlberger chega ao Brasil, saindo da Polônia em função da perseguição aos judeus. Ele se formou na Escola Politécnica da USP e, em 1951, criou, com o irmão Maks, a Construtora Stuhlberger.

Nos anos 1970, com o sucesso do empreendimento, David se uniu a sócios para fundar uma petroquímica e um banco, o Expansão, que tinha participação em uma corretora, a Griffo.

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Em 1980, Luis Stuhlberger, filho de David, foi trabalhar no banco e na corretora. Com a crise do petróleo, o Expansão teve de ser vendido às pressas para cobrir o rombo da petroquímica da família, mas Luis, a pedido do pai, continuou na Griffo, que foi vendida a empresários da área de café, incluindo José Leopoldo Figueiredo.

Fusão que deu nome à empresa aconteceu em 1989

A Griffo tinha também uma pequena empresa, a Hedging, que operava o mercado de commodities, recém-implantado no Brasil, negociando ouro, café e boi.

Em 1989, as duas se fundiram, criando a Heding-Griffo – “hedge” no mercado financeiro é uma estratégia de proteção para os riscos de um investimento. Já grifo é uma criatura lendária metade águia e metade leão.

Em 1997 é lançado, dentro da Hedging-Griffo, o fundo Verde. A indústria de fundos de hedge era incipiente no Brasil e o nome é, em parte, uma alusão à posição comprada em dólares que Stuhlberger estava acumulando.

Criação da Verde Asset

Dez anos depois, em 2007, o Credit Suisse comprou o controle a corretora, mas Stuhlberger permaneceu na gestão. Em 2011, o banco suíço adquiria a fatia restante e, em 2015, quando termina o período de não competição, Stuhlberger sai da Hedging-Griffo e funda a Verde Asset.

No seu ápice, em 2021, a companhia chegou a ter R$ 55 bilhões sob gestão. Sempre teve um expertise grande em ações, mas ao longo do tempo os investimentos imobiliários também ganharam destaque.

Em 2023, a Lumina, de Daniel Goldberg, se tornou sócia da Verde, comprando a participação de 25% que estava nas mãos do Credit Suisse. A negociação ocorreu quase que de forma paralela com a compra global do Credit Suisse pelo UBS.

O mesmo UBS que agora troca o nome da Hedging-Griffo.

David Stuhlberger morreu no ano passado, aos 99 anos de idade.

*Com informações do Valor Econômico

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