WEG (WEGE3): ações desabam no Ibovespa após resultados; o que o mercado vê de problemático?
Receita da WEG (WEGE3) no exterior cai e gastos administrativos com aquisição da Marathon aumentam
As ações da WEG (WEGE3) registram forte queda no Ibovespa como reação dos investidores aos resultados financeiros do primeiro trimestre. A fabricante multinacional brasileira registrou a pior margem de receita bruta desde agosto de 2024, com queda no faturamento de vendas no exterior. Tanto em equipamentos eletroeletrônicos para indústria quanto no setor de geração, transmissão e distribuição.
O JPMorgan nota que as ações da WEG despencam hoje porque, além de resultados fracos, vinham surfando um rali no último mês do Ibovespa. Subiram 10%, segundo o banco, o que explica o tombo do papel hoje.
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Já o Citi explica que a empresa amargou queda de receita porque vendeu mais equipamentos com margem de faturamento menor, como painéis solares.
Por que ações da WEG (WEGE3) estão em queda no Ibovespa?
O lucro líquido da WEG, em comparação com a base anual, fechou com avanço de 16%. Mas está na base trimestral a maior parte dos problemas do balanço porque o lucro caiu quase 9%.
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Para o mercado, a sazonalidade teve impacto negativo no lucro, receita e operação da WEG, o que justifica o tombo das ações (WEGE3) desta quarta-feira.
E isso chamou a atenção dos analistas como um dos principais pontos negativos do balanço. O faturamento da operação da WEG reunindo operações na América do Norte, Europa, África, Ásia e América do Sul caiu 11%.
Em teleconferência a investidores, André Salgueiro, diretor de Finanças da WEG, explicou que a fabricante arcou com maiores despesas de administração no trimestre. Principalmente porque houve crescimento de custos da aquisição da americana Marathon, comprada em maio do ano passado.
A variação do câmbio em dezembro também foi um dos detratores de receita operacional, disse Salgueiro.
Analistas do Morgan chamam a atenção para o fato de que a entrega de painéis solares levou a mais uma queda na margem de receita. “Foi ao pior nível desde agosto e veio abaixo de nossas estimativas”, afirmou o banco em relatório.
“Esperamos uma reação significativamente negativa no mercado para as ações da WEG (WEGE3) hoje. A queda de receita no mercado externo, Ebitda abaixo da expectativa e rali das ações no último mês em 10% corroboram para queda”, disse o JPMorgan.
O Citi nota que o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) de R$ 2,1 bilhões no trimestre veio 7% abaixo das estimativas do banco.
“A receita líquida com segmentos de eletroeletrônicos e geração, distribuição e transmissão veio abaixo do esperado”, escreveu André Manzini, analista do Citi. “Houve também maiores despesas com matéria prima, como aço”, seguiu.
Tarifas de Trump não mudaram planos da WEG, diz diretor
As tarifas aplicadas pelos Estados Unidos e seu presidente, Donald Trump, não alteraram os planos de investimento da WEG (WEGE3), disse André Luis Rodrigues, diretor de relações com investidores.
A WEG produz um terço das peças usadas na operação norte americana em suas fábricas nos Estados Unidos. O restante vem de plantas no vizinho México e de importações do Brasil.
Assim, Rodrigues afirmou que a WEG (WEGE3) não paga tarifas nos produtos que saem do México para os EUA. E que a guerra comercial não inibiu a companhia de continuar investindo no mercado mexicano para expandir a linha de transformadores e geradores que possui no país.
Além disso, a companhia planeja aumentar a capacidade de três fábricas no Brasil a partir de 2026.
“Depois de toda discussão geopolítica, nada mudou no plano estratégico”, comentou Rodrigues a investidores. “Basicamente o que temos de concreto apesar de muitas incertezas com tarifas é de que o México vai seguir atendendo parte da América do Norte”, concluiu.