Por que investir na Petrobras (PETR4) mesmo com as ações em queda?
Empresas citadas na reportagem:
As ações da Petrobras (PETR4) enfrentam um momento negativo na bolsa de valores. A queda dos papéis da petroleira já supera 15% no acumulado de 2025.
A desvalorização vem na esteira da baixa da cotação do petróleo no mercado internacional. A commodity cai como reflexo sobretudo das incertezas relacionadas à guerra comercial e do risco de recessão da economia americana.
Mas como o investidor pode se posicionar agora? O tombo é uma oportunidade para comprar ações da Petrobras?
Confira o que dizem quatro das principais carteiras recomendadas do mercado financeiro para maio sobre investir em PETR4 neste momento.
Safra vê preço atrativo
“Estamos mantendo a exposição a Petrobras. Acreditamos que os resultados continuarão robustos no curto e médio prazo e a empresa manterá uma boa capacidade de distribuição de dividendos.
Adicionalmente, PETR4 oferece um valuation atrativo, vemos suas ações negociando com desconto em relação a suas pares internacionais e à sua média histórica.”
Itaú BBA aposta nos dividendos da Petrobras
“Em nossa visão, a tese de Petrobras oferece, no curto prazo, potenciais gatilhos que independem da dinâmica de preço das commodities e/ou outros fatores externos, como licenciamento, combinados a um risco mitigado de alocação de capital.
O valuation, em nossa visão, está atrativo, com as ações da companhia sendo negociadas a taxas de fluxo de caixa livre (‘free cash flow yield’) de 13% e de dividendos (‘dividend yield’) de 12,6% para 2025, assumindo preços do petróleo a US$ 65/barril pelo resto do ano.
Entendemos que a empresa está comprometida com sua política de dividendos e pode explorar oportunidades de alavancagem para priorizar o pagamento de dividendos ordinários no curto prazo, porém isso não nos preocupa.
Se os preços do petróleo permanecerem em torno de US$ 65/barril pelo resto do ano, estimamos que a dívida bruta da empresa será de US$ 65 bilhões até o fim do ano, ainda abaixo do limite máximo de US$ 75 bilhões.”
BTG Pactual mantém PETR4 como ‘top pick’
“Reconhecemos que não previmos totalmente os riscos de queda nos preços do petróleo em relação à retórica do ‘Dia da Libertação’ de Trump, o que contribuiu para o desempenho significativamente inferior da Petrobras em relação ao mercado em abril.
Mas, embora não estejamos particularmente otimistas em relação a uma recuperação de curto prazo do Brent – dados os riscos geopolíticos/OPEC+ persistentes –, a Petrobras continua sendo nossa Top Pick no setor de Petróleo & Gás da América Latina e a mantemos em nossa carteira 10SIM.
Essa visão é parcialmente apoiada pela noção de que a ação pode oferecer alguma proteção contra a queda no caso de uma diminuição dos riscos de oferta e demanda do petróleo.
Porém, o mais importante é que ela reflete o que continuamos a ver como uma tese convincente.
A Petrobras é uma das produtoras de menor custo em nível global, e estimamos que esteja atualmente negociando em um dividend yield de 13% para 2025, excluindo pagamentos extraordinários.
Para nós, os dividendos devem ajudar a amortecer os riscos de queda – especialmente porque continuamos a ver o potencial de valorização decorrente de um capex menor do que o esperado e de uma produção maior do que a estimada.”
BB Investimentos corta recomendação de compra
“Ainda que a companhia siga apresentando satisfatórios resultados operacionais e financeiros, dentro de um contexto de bons investimentos que resultaram em fortes volumes e redução dos custos de extração, passamos a ter um olhar um pouco mais cauteloso sobre o setor, o que resultou em recente mudança da recomendação de compra para neutra.
Cabe apontar que, em um olhar para ciclos mais longos, consideramos que a companhia segue com vantagens estratégicas e valuation atrativo, com um robusto plano de entrada de novas plataformas, baixo patamar de alavancagem e custo de extração mais baixo do que pares, o que traz mais resiliência para cenários como o atual.
No entanto, considerando as preocupações de curto/médio prazo por conta do contexto global de guerra tarifária e impactos na demanda e preços de petróleo, entendemos que a companhia pode ser afetada ao longo dos próximos trimestres, o que justifica nossa retirada da carteira até que tenhamos mais clareza do cenário para o setor.”
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