Turbulência do mercado se aprofunda à medida que bolsas globais sofrem derrotas históricas

- Tarifas de Trump causam piora da turbulência nos mercados globais.
- Bolsas na Ásia e Europa desabam com temor de recessão.
- Índices americanos caem mais de 2,5%, com VIX em níveis recordes.
- Trump afirma manter tarifas agressivas, sem previsão de acordo.
- China responde com tarifas e controles de exportação de minerais.
A turbulência nos mercados globais se transformou em uma das piores derrotas da memória recente depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que manterá o curso com tarifas agressivas e economicamente disruptivas.
“O que vai acontecer com os mercados, não posso dizer”, disse Trump no domingo (6) à noite. “Não quero que nada caia. Mas às vezes é preciso tomar remédios para consertar alguma coisa.”
Em reação à fala de Trump, por volta das 9h30, os futuros de ações para o Dow Jones e outros índices importantes operam em forte baixa nesta segunda-feira (7), enquanto Wall Street encara as consequências da política tarifária do presidente Donald Trump e a retaliação subsequente da China.
Grandes perdedores iniciais no mercado de ações hoje incluem Apple, Nvidia e Tesla.
Antes do sino de abertura, os futuros Dow Jones perdem cerca de 800 pontos, ou 2,6%. Os futuros S&P 500 caíram 2,9%. Os futuros Nasdaq 100 de alta tecnologia perderam 3,1%.
Entre os fundos negociados em bolsa, o Invesco QQQ Trust perde 3%, enquanto o SPDR S&P 500 ETF recua 2,8% antes da abertura.
O rendimento da T-note de 10 anos caiu para 3,98% na manhã desta segunda-feira. Já os preços do petróleo caíram ainda mais, com os futuros do WTI sendo negociados abaixo de US$ 60 por barril, com perda de 2,8%. O Brent cai 2,6% para US$ 63,10 o barril.
O “medidor de medo” de Wall Street, o VIX, saltou para níveis que lembram o colapso da Covid-19 e a crise financeira global, enquanto os investidores se preparavam para mais volatilidade à frente.
Os mercados globais recuaram.
As Bolsas da Ásia e da Europa desabaram nesta segunda devido ao temor de uma guerra comercial que provoque uma recessão em larga escala, desencadeada pelas tarifas aplicadas pelos Estados Unidos contra seus parceiros comerciais.
A Bolsa de Tóquio despencou 7,8%, Seul perdeu 5,6% e Sydney, 4,2%. Hong Kong teve queda de 13,22%, no pior resultado em uma sessão desde 1997, durante a crise financeira asiática.
Na Europa, os principais índices abriram em queda livre, seguindo a tendência dos mercados asiáticos. Frankfurt cedia 7,86% depois de registrar perdas de mais de 10% durante alguns minutos. Paris abriu em queda de 6,19%; Londres recuava 5,83%; Madri, 3,6%; e Milão, 2,32%.
Tempestade Trump
Trump desencadeou uma tempestade nos mercados na semana passada com o anúncio de uma série de tarifas sobre países de todo o mundo, incluindo seus principais parceiros comerciais, como China e União Europeia.
O presidente dos EUA acusa estes países de “saquear” Washington e, em consequência, decidiu impor uma tarifa universal de 10% a todos os produtos importados pelos Estados Unidos. A medida entrou em vigor no sábado.
A partir de quarta-feira (9) devem entrar em vigor tarifas adicionais para os principais parceiros comerciais de Washington, incluindo a União Europeia (20%) e China (34%).
Na sexta-feira, após o fechamento dos mercados asiáticos, Pequim anunciou, em retaliação, tarifas de 34% para todos os produtos americanos a partir de 10 de abril. Também impôs controles de exportação para sete minerais raros, incluindo o gadolínio, que é utilizado em ressonâncias magnéticas, e o ítrio, utilizado em produtos eletrônicos.
O vice-ministro do Comércio, Ling Ji, afirmou durante uma reunião no domingo com representantes de empresas dos Estados Unidos que as tarifas chinesas “protegem firmemente os direitos e interesses legítimos das empresas, incluindo as americanas”.
As contramedidas também procuram “recolocar os Estados Unidos no caminho certo do sistema comercial multilateral”, insistiu aos participantes, que incluíam representantes da Tesla, GE Healthcare e Medtronic.
As esperanças de que Trump reconsidere sua política acabaram no domingo, quando ele afirmou que não chegará a um acordo a menos que, primeiro, sejam resolvidos os déficits comerciais.
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