Petrobras (PETR4) em queda livre? Bradesco BBI recomenda mudar foco para duas ações

Com queda de 10% de Petrobras (PETR4), Bradesco BBI vê bom momento para investir em duas ações de distribuição de combustíveis; saiba quais

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A queda livre das ações de petroleiras na bolsa de valores e, principalmente, da Petrobras (PETR4), levou o Bradesco BBI a trocar a carteira de preferências para Vibra (VBBR3) e Cosan (CSAN3). Em menos de uma semana, todas as ações do setor de óleo e gás passaram a cair mais de 10% na bolsa de valores, com piora das previsões de preços do barril de petróleo para 2025.

Assim, analistas do BBI dizem que as ações de distribuidoras de combustível brasileiras e petroquímicas mexicanas se tornam “queridinhas” em meio à queda livre da bolsa de valores. Elas estão no radar não somente do banco de investimentos, mas também do investidor estrangeiro.

Petrobras (PETR4) e ‘petroleiras júnior’ tem abril de queda livre

O bloco de petroleiras no Ibovespa tem queda livre em abril. A espiral de baixa se dá pela incapacidade do setor em se recuperar dos efeitos do anúncio de tarifas feito na última quarta-feira (2).

Apesar de não amargar a maior perda no setor – a Brava Energia (BRAV3) cai 20% –, a Petrobras é quem mais vem pesando contra o Ibovespa. As ações ordinárias da estatal (PETR3) cedem 12%, enquanto Petrobras PN (PETR4) cai 10%.

Assim, o Bradesco BBI defende nomes grandes do setor, como a própria Petrobras (PETR4) e a Prio (PRIO3). Mas também diz que a tarifa de importação de 10% sobre todos os bens brasileiros pode corroer os dividendos das petroleiras, porque afeta negativamente o preço do petróleo.

Mesmo assim, o dividend yield (rendimento) de outras petroleiras além da Petrobras deve cair. O Bradesco BBI vê o movimento como um ‘nivelador’ para pares internacionais da estatal.

Fuga para o setor de distribuição de combustível

Se as tarifas tiveram efeito negativo sobre a Petrobras (PETR4), o BBI descreve um efeito benéfico para algumas empresas listadas no Ibovespa.

As tarifas “achataram” a curva de juros de longo prazo do Brasil. O mercado diz que houve achatamento na curva de juros quando diminui a diferença entre as taxas de curto e longo prazo.

Na visão do banco, companhias mais alavancadas – com proporção de dívida líquida que equivale até três vezes o lucro operacional – chamam atenção neste cenário.

Diante disso, o BBI nota que o investidor internacional vem olhando para duas empresas: Cosan (CSAN3), dona da Raízen, e Vibra (VBBR3). As duas participam do setor de distribuição de combustível e são ações preferencias do BBI neste momento.

“O achatamento da curva de juros tanto nos EUA quanto no Brasil deve beneficiar nomes cuja alavancagem depende a taxa flutuante”, descreveram analistas do Bradesco BBI.

Além de Vibra (VBBR3) e Cosan (CSAN3), a petroquímica mexicana Orbia (ORBIA) chamou atenção na rodada de conversas realizadas entre BBI e agentes dos EUA.

“Nós atualmente preferimos distribuidoras e petroquímicas mexicanas ao invés do setor de petróleo.”

No longo prazo, no entanto, o Bradesco BBI recomenda prudência.

“Mantemos Petrobras (PETR4) e Prio (PRIO3) na carteira como uma contrapartida em caso de abandono das tarifas pelos EUA e reversão de uma possível recessão no exterior”, conclui o banco.

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