Santander Brasil (SANB11) decepciona com crédito no 1° trimestre, mas indica lucro crescente em 2025
Crédito moderado e inadimplência curta subindo preocupam, mas foco dos analistas do mercado está em indicações de aumento da rentabilidade nos próximos trimestres
Sinalizações positivas de executivos do Santander Brasil (SANB11) para os próximos trimestres davam suporte às ações nesta quarta-feira, após resultados mistos no começo de 2025.
Depois de abrir a sessão no vermelho, a unit do banco, um recibo que representa uma ação ordinária e uma ação preferencial, subia. Com isso, o ativo estendia os ganhos no ano para 25%.
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Em teleconferência com analistas, o presidente-executivo do Santander Brasil, Mario Leão, indicou que o banco está posicionado para ter um aumento de rentabilidade nos próximos trimestres.
Segundo ele, isso deve refletir uma combinação de custos de captação de recursos equilibrados e de repasse de taxas maiores para clientes, ao mesmo tempo em que a instituição reduz as perdas com inadimplência.
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Com isso, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) deve ir na direção de 20% ao ano, indicou ele.
No primeiro trimestre, o indicador, que mede como um banco remunera o capital dos acionistas, ficou em 17,4% para o Santander, 0,2 ponto percentual abaixo do quarto trimestre e 3,3 pontos percentuais acima de igual período de 2024.
Santander Brasil tem resultados mistos no 1° trimestre
O lucro recorrente de R$ 3,861 bilhões do Santander Brasil de janeiro a março, um aumento de 27,8% ano a ano, veio praticamente em linha com as estimativas do mercado.
Porém, alguns analistas apontaram para o crescimento moderado da carteira de crédito (+4,3% em 12 meses, para R$ 682,3 bilhões) e para o crescimento índice de inadimplência acima de 90 dias nos empréstimos para empresas (1,6% para 1,9% em três meses).
Além disso, o índice global de atrasos mais curto (15 a 90 dias) subiu de 3,7% para 4,1% de dezembro a março.
Segundo Leão, esse aumento refletiu efeitos sazonais e também uma postura mais rigorosa do Santander no trato com clientes em atraso. Os bancos às vezes preferem renegociar com inadimplentes, refinanciando a dívida, ou aplicando descontos. O Santander vem preferindo apertar a cobrança.
“Em alguns momentos ficamos mais restritivos para renegociações”, afirmou o vice-presidente de relações com investidores do Santander Brasil, Gustavo Alejo.
Em relatório, o Citi classificou o resultado trimestral do Santander como misto “com spreads decentes e controle de custos, compensado por alguma deterioração na qualidade dos ativos e crescimento mais lento dos empréstimos”, frisando que “continua observando uma melhora estrutural nas tendências do ROE”.
O Goldman Sachs mencionou ajustes contábeis regulatórios (Resolução 4.966), que prejudicaram a comparabilidade, mas frisou que o lucro antes de impostos do Santander frustrou.