Foco da Klabin (KLBN11) até 2027 é reduzir dívida, mas quer manter nível de dividendos, diz RI
Reduzir a alavancagem financeira é o melhor uso do capital no momento, indicou Gabriela Woge; ações da companhia subiram após resultados do primeiro trimestre de 2025
O foco da gestão financeira da Klabin (KLBN11) para os próximos 24 meses é reduzir o endividamento, sinalizou a companhia, mas mantendo o nível atual de pagamento de dividendos.
“Entendemos que melhor uso do capital é reduzir o endividamento”, disse à Inteligência Financeira nesta quinta-feira (8) a diretora de relações com investidores da Klabin, Gabriela Woge.
Pensando em como gastar menos para investir mais? Inscreva-se agora e tenha acesso gratuito à 'Planilha de Controle Financeiro'. É só baixar e começar!
A mensagem vem após a maior fabricante brasileira de papéis para embalagens ter divulgado na quarta-feira (7) resultados levemente acima das expectativas para o primeiro trimestre de 2025, mas deixado investidores se perguntando sobre o que esperar dos próximos meses.
De janeiro a março, o resultado operacional da Klabin medido pelo Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização) somou R$ 1,86 bilhão, um aumento de 13% sobre mesma etapa de 2024.
Últimas em Ações
Dividendos da Klabin no foco
Desde o fim do ano passado, a Klabin passou a usar o Ebitda como referência para cálculo de proventos, distribuindo de 10% a 20% dessa linha para seus acionistas. Segundo Gabriela, atualmente esse índice está em 15%. Com isso, nos últimos 12 meses, a Klabin distribuiu R$ 1,5 bilhão, com renda de dividendos (dividend yield) de 5,8%.
A distribuição de proventos dependerá de quanto a companhia conseguir reduzir a chamada alavancagem financeira, a relação dívida líquida/Ebitda, que fechou março em 3,9 vezes, acima das 3,5 vezes de um ano antes e perto do teto definido pela empresa (4 vezes). O plano da Klabin é reduzir esse índice para a faixa de 2,5 a 3,5 vezes, o que poderia abrir espaço para elevar os dividendos mais adiante.
Os comentários de Gabriela ilustram como os executivos de finanças estão preferindo uma abordagem mais conservadora na gestão de caixa, num momento de incertezas internacionais e de alta de juros no Brasil, como mostrou a Inteligência Financeira.
KLBN11 sobe após resultados acima das expectativas
Os números da Klabin no primeiro trimestre superaram as projeções do mercado, refletindo a menores despesas operacionais. O destaque foi a divisão de papel e embalagens, que compensou o desempenho mais fraco da celulose, cuja margem foi pressionada por menores volumes e aumento de custos.
Em contrapartida, afirmou o BTG Pactual, a qualidade dos resultados foi fraca, já que as receitas foram incrementadas por vendas extras de madeira para terceiros, o que não deve se repetir. Os volumes de produção de celulose caíram 4% ano a ano, enquanto as de papéis subiram 1%. Segundo o BTG, a empresa conseguiu compensar volumes mais fracos com preços resilientes.
Além disso, a Klabin enfatizou em teleconferência com analistas sua meta para controle da relação custo caixa, na faixa de R$ 3,1 mil a R$ 3,2 mil a tonelada, nível abaixo dos R$ 3,335 mil registrados no primeiro trimestre, o que foi bem recebido pelo mercado, segundo o Itaú BBA.
Segundo Gabriela, o fato de a Klabin ter melhor eficiência de custos do que rivais do setor deve beneficiá-la no atual cenário de disputas comerciais crescentes. Além disso, a companhia deve se beneficiar nos próximos trimestres do gradual crescimento da produção em projetos mais recentes, como Puma II e Figueira.
Ademais, a Klabin pode se tornar um beneficiário indireta do confronto comercial EUA-China. Isso porque os americanos são os principais fornecedores aos chineses de fluff, produto usado na fabricação de produtos como fraldas. Uma possível retaliação da China aos EUA poderia levá-los a comprar o produto em outras geografias, como o Brasil. A Klabin é uma das maiores produtoras de fluff do mundo.
No final, as mensagens da administração acabaram agradaram o mercado e a unit da Klabin (KLBN11) fechou o dia com valorização acima de 3%. Isso diminuiu para abaixo de 15% a perda acumulada pelo papel em 2025.