JPMorgan rebaixa Banco do Brasil (BBAS3) e BTG (BPAC11) após prever 2025 ‘desafiador’

Cenário desafiador no crédito e limite no potencial de alta para BB (BBAS3) e BTG Pactual (BPAC11) levam JPMorgan a cortar recomendação de compra

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O ano desafiador à frente para o crédito, com esperada queda na qualidade da carteira dos principais bancos brasileiros, levou o JPMorgan a rebaixar as ações de Banco do Brasil (BBAS3) e BTG Pactual (BPAC11) de overweight, ou seja compra, para neutro.

Em relatório desta segunda-feira (31), o banco americano afirmou que o corte na recomendação se dá pelo elevado retorno de suas ações até o momento e, portanto, limites para o potencial de alta adiante.

O Morgan prefere realizar lucros do que permanecer comprado nos papéis. As ações do BB acumularam retorno positivo em dólar de cerca de 30% até março, enquanto o saldo dos ativos do BTG Pactual listados na bolsa é de 38%.

Ambos são superiores ao rali do índice que simula o Ibovespa no exterior, o EWZ.

Alta do BB (BBAS3) esbarra em limites para JPMorgan

As ações do BB e BTG têm o mesmo problema, na visão do Morgan: limite no potencial de alta.

O JPMorgan realizou reuniões com executivos dos principais bancos que operam no Brasil na última semana. A visão do banco americano visão sobre o setor financeiro se deteriorou.

Para 2025, é esperado um impacto negativo na qualidade do patrimônio líquido dos bancos, que preveem um crescimentos menores.

No segmento de pequenos e médios empreendedores e baixa renda, ganhar margem pode ser um desafio ainda maior. Estresse com crescimento nesses públicos sinaliza obstáculo ainda maior para o Nubank (ROXO34), comenta o JPMorgan.

Já para o Banco do Brasil, as ações (BBAS3) encontraram uma barreira para aumento de preço-alvo e potencial de alta.

Após o rali em dólar, o papel, apesar de permanecer descontado na visão do banco americano, não possui gatilhos de curto prazo “que justifiquem uma revisão”.

“A falta de um impulso no curto prazo e o retorno total da ação em 18% previsto para os próximos 12 meses são os principais motivos do corte na recomendação”, afirmou o Morgan.

Do retorno total, 8% viriam de uma possível alta da ação calculada pelo banco americano ainda em 2025. O 10% restante representa o dividend yield sobre o papel.

Apesar do tom mais duro com BB (BBAS3), o JPMorgan explica que as ações podem ganhar tração a partir do segundo trimestre. Segundo a diretoria do Banco do Brasil, uma inflexão na piora do crédito para o agronegócio e o crescimento da atividade na lavoura podem levar a essa recuperação.

Potencial para ações do BTG (BPAC11) é baixo, diz banco

O Morgan acredita que as ações do BTG têm potencial de subirem apenas 9% no Ibovespa.

Foi, até agora, um início de ano mais fraco para os principais mercados onde o banco de investimentos atua. Por exemplo com baixo volume médio negociado em bolsa, segundo dados da B3.

O lucro ajustado recorrente do BTG Pactual ainda deve crescer em 2025. “Mas a relação de risco e retorno das ações (BPAC11) está bem precificada pelo momento”, comentaram analistas.

A linha de empréstimos do banco também deve sofrer com a Selic mais alta. Assim como o Banco do Brasil (BBAS3), o BTG Pactual (BPAC11) permanece cauteloso com a liquidez em concessões. O foco da preocupação da diretoria se concentra nos aportes a pequenos e médios empreendedores.

“O banco deve focar no crescimento de linhas de empréstimo com garantias colateral”, disse o Morgan.

Aos olhos do BTG, existe oportunidade para crescer com esse tipo de empréstimo, onde o devedor oferece uma garantia física, como um imóvel, nos setores de financiamento de cadeia logística, agronegócio e recebíveis de cartões de crédito.

Apesar de reduzir a recomendação de BBAS3 e BPAC11, o JPMorgan manteve os respectivos preço-alvo de ambas em R$ 31,00 e R$ 38,00.

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