Trump, China e Eleições 2026: Ibiuna, SPX e Oceana revelam estratégias para tempos de incertezas

- Executivos de Ibiuna, SPX e Oceana analisaram impactos das eleições de 2026 e da guerra comercial no mercado de ações.
- Commodities sofrem com tarifas de Trump, mas a realidade de cada uma é diferente, afirmam.
- Setor de varejo preocupa devido à concorrência chinesa e governança corporativa.
- Setor de saúde apresenta riscos devido a disputas judiciais e regulamentações.
- Utilities e bancos são considerados boas apostas, apesar de alguns riscos.
- Especialistas recomendam cautela em investimentos, evitando excessos em momentos de euforia ou depressão.
André Lion, sócio da Ibiuna Investimentos; Leonardo Linhares, da SPX Capital; e Leonardo Messer, da Oceana Investimentos, expuseram nesta terça-feira (8) suas visões estratégicas para tempos de incertezas.
Eles falaram especificamente sobre investimentos em ações, considerando variáveis como a ofensiva tarifária dos Estados Unidos e a corrida presidencial no Brasil, em 2026.
Os executivos participaram do Brasil Investment Forum, evento anual do Bradesco BBI, em São Paulo. No painel, eles também compartilharam suas visões sobre setores da B3, como o de concessionárias de serviços públicos, bancos, varejo, saúde e educação.
Confira alguns dos principais comentários deles, por assuntos:
Tarifaço de Trump atinge commodities com mais força
Messer, da Oceana: “Com tarifas de Trump, commodities são perdedoras, mas a realidade de cada commodity é diferente. Investidor deve evitar exageros em cenários de euforia ou de depressão”.
“Não recomendo apostar demais em coisas que deram certo até aqui.”
Linhares, da SPX: “Há um risco de recessão nos Estados Unidos (por causa da guerra comercial), mas hoje esse risco é menor que 50%”.
Corrida presidencial de 2026
Linhares, da SPX: “Se o atual governo subir 10 pontos na aprovação, ainda será competitivo no ano que vem”.
“Eu teria menos alocação se tivesse certeza de que vamos ter governo petista daqui a dois anos.”
Lion, da Ibiuna: “Tem pouco precificado nas ações sobre a eleição, porque ainda está muito longe”.
“Qualquer coisa que os atores disserem agora está escrito na areia”.
“Forte mesmo só em abril do ano que vem. Até lá, aprovação do governo pode subir”.
Setores defensivos da B3
Linhares, da SPX: “Melhor aposta ainda é utilities (concessionárias de serviços públicos) e em bancos. Mas mesmo nesses setores ainda tem muita coisa ruim”.
“Estou short (posição vendida) em algumas utilities”.
Lion, da Ibiuna: “Nossa aposta é em utilities elétricas, saneamento e shoppings”.
Setor de varejo não anima
Lion, da Ibiuna: “Com a disrupção provocada pela entrada (de competidores chineses), há uma dificuldade de enxergar o que está acontecendo nas empresas (domésticas)”.
“Não vemos nenhuma enorme oportunidade com esse custo de capital (empresa vai trabalhar para pagar o banco).”
Messer, da Oceana: “Governança é capítulo à parte no varejo (fator de incerteza)”.
Linhares, da SPX: Varejo tem decepcionado muito nos últimos dois anos”.
Setor de saúde está com riscos demais para valer a pena
Linhares, da SPX: “Setor tem valor, mas tem crescido pouco e está pouco protegido (por causa de disputas judiciais e aperto regulatório)”.
Messer, da Oceana: “Estamos num momento em que, se o regulador (do setor de saúde) passa do ponto, pode exagerar.”
“É difícil ter uma exposição significativa ao setor”.
Lion, da Ibiuna: “Em saúde, parte jurídica e regulatória está sendo muito cara para as empresas”.
“O empresário tem que ter retorno de capital estupidamente alto para compensar esses riscos”.
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