Acordo de US$ 1 bi da Vale (VALE3) não garante dividendos mais fartos para acionista, diz CEO

Em entrevista à Inteligência Financeira, CEO da mineradora disse que cenário atual é desafiador, devido à demanda por produtos de qualidade mais baixa e menor preço

Gustavo Pimenta, CEO da Vale (VALE3), durante participação no Web Summit Rio 2025. Foto: Sam Barnes/Web Summit via Sportsfile
Gustavo Pimenta, CEO da Vale (VALE3), durante participação no Web Summit Rio 2025. Foto: Sam Barnes/Web Summit via Sportsfile

Os cerca de US$ 1 bilhão recebidos pela Vale (VALE3) no acordo comercial assinado com a Global Infrastructure Partners (GIP) não garantem uma ampliação na distribuição de dividendos pela empresa aos seus acionistas.

Segundo o CEO da Vale, Gustavo Pimenta, o recurso melhora a alavancagem (endividamento) da companhia. Mas, para virar dividendos mais generosos, será preciso a confluência de alguns fatores, como a melhora no preço do minério de ferro no mercado.

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“A gente vai tomar a decisão sobre o que fazer com cuidado, porque temos sido bastante disciplinados (com relação à política de distribuição de dividendos)”, disse Pimenta à Inteligência Financeira.

“A ideia é manter uma estrutura de capital saudável ao mesmo tempo que a gente remunera os nossos acionistas”, destacou.

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Na semana passada, o vice-presidente executivo de finanças e relações com investidores da mineradora, Marcelo Bacci, afirmou que a política da empresa de pagar um dividendo mínimo equivalente 30% da geração de caixa será preservada.

No entanto, Bacci reforçou que uma maior distribuição de dividendos dependeria das condições de mercado.

Gustavo Pimenta conversou com a Inteligência Financeira, na terça-feira (29), durante o Web Summit Rio 2025.

No evento, o CEO da Vale apresentou as ações da empresa no âmbito da sustentabilidade, uma das principais bandeiras atuais da mineradora.

VALE3 além dos dividendos

Falando a jornalistas após palestra no evento, Pimenta afirmou que o tarifaço americano deve ter efeito limitado sobre a Vale.

Ele destacou que a empresa praticamente não vende minério de ferro para os Estados Unidos e comercializa pouco cobre para o país de Donald Trump.

Joint Venture

A empresa anunciou, no começo do mês, uma parceria para criar uma joint venture na Aliança Energia, empresa que atua no setor de energia no Brasil.

O negócio foi fechado com a GIP, um dos maiores fundos de investimento do mundo, controlado pela BlackRock.

Momento difícil

O executivo falou também do momento do setor, marcado por margens achatadas na indústria e, consequentemente, pela procura por produtos considerados de menor qualidade, o que não favorece a produção da Vale.

“É um momento desafiador. Os clientes globais e os chineses não são diferentes, estão favorecendo produtos de baixa qualidade. As margens estão muito comprimidas na indústria”.

Ele, contudo, diz que a tendência do mercado, de médio e longo prazo, é a de perseguir metas de descarbonização.

Esse caminho, segundo Pimenta, tende a intensificar a demanda por insumos de alto teor de minério.

“Eu estive recentemente na China e no Japão. A direção de descarbonização está dada. Os clientes asiáticos não vão recuar dessa orientação. A gente se beneficia nesse sentido”.

No Web Summit Rio 2025 Pimenta defendeu que, sem minério, não seria possível produzir os chips para processamento de Inteligência Artificial, além das baterias dos carros elétricos e outros dispositivos digitais que fazem parte do dia a dia das pessoas.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

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