Embraer (EMBR3) deve sofrer impacto de 9% em receita com tarifas de Trump, diz Citi

Tarifa de importação de 10% sobre Brasil deve cortar receita da operação da Embraer (EMBR3) em 2025, diz Citi; aviação executiva traz surpresa

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A Embraer (EMBR3) deve sofrer o impacto das novas tarifas anunciadas pela Casa Branca na quarta-feira, com queda de receita operacional prevista para este ano, avalia o Citi em relatório.

No cálculo dos analistas do banco, a taxa de importação de 10% aplicada contra o Brasil pelos Estados Unidos a partir de 5 de abril pode cortar o faturamento da empresa em 9%.

O Citi afirma que o impacto estimado das tarifas deve ser, contudo, menor do que o esperado pelo mercado, que vinha desvalorizando as ações da Embraer com o medo de novas taxas americanas. “Vem em contraste com o que já temos visto de queda de preço nas ações”, afirma o banco.

Prévia da Embraer (EMBR3) vem mista

Apesar de antever impacto das tarifas, a Embraer (EMBR3) deu sinais positivos ao mercado com a primeira divulgação de prévia operacional do ano segundo o Citi. A fabricante brasileira prevê entregar entre 77 a 85 aeronaves no segmento de voos comerciais e entre 145 a 155 aviões executivos para o ano.

Na média, a projeção da empresa conta com expansão de 10% e 15% para entregas de aviação comercial e executiva, respectivamente.

O Citi avalia as projeções como saudáveis em linha com o esperado pelo banco. Por outro lado, a entrega de 30 aeronaves entre janeiro e março foi vista como decepcionante por analistas.

A surpresa positiva da Embraer (EMBR3) veio justamente da entrega de 23 aeronaves dos modelos de jato executivo Praetor e Phenom. A conclusão de pedidos do segmento executivo, assim, subiu 28% no primeiro trimestre em relação aos últimos três meses de 2024, quando a fabricante entregou 18 pedidos

Itaú BBA: investidores estão procurando alternativas à Embraer

As ações da Embraer hoje devem ser mais impactadas por fatores externos do que pela prévia operacional, aponta o Itaú BBA. Isso porque a prévia operacional em si veio mista, mas o mercado hoje se preocupa mais com os efeitos das tarifas.

O banco nota, contudo, que investidores estão migrando da Embraer (EMBR3) para nomes com maior potencial de alta. E, portanto, mais voláteis do que o papel da fabricante. Vale destacar que, em 12 meses, as ações entregaram retorno de quase 100% a acionistas.

A prévia operacional não deve impactar o resto do ano da Embraer, avalia o BBA. A sazonalidade do primeiro trimestre tem efeito negativo sobre o setor de aviação.

Tanto o Citi quanto o Itaú BBA mantém recomendação de compra para o ADR da Embraer nos EUA, com preços-alvo de US$ 53 e US$ 61, respectivamente.

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