Eletrobras (ELET3; ELET6): acordo com o governo e anúncio de dividendos estão no radar dos investidores

O governo federal deve ficar com três assentos no conselho de administração da Eletrobras (ELET3; ELET6) em troca da revogação da co-responsabilidade da companhia na construção da usina nuclear Angra 3, diz o BTG Pactual.

As discussões entre a empresa e o governo sobre direito de voto se arrasta há meses e foi resolvido na segunda-feira (18). Porém os detalhes não foram divulgados. O direito de exercício de voto na Eletrobras está limitado a 10% do capital votante, conforme cláusula da lei que permitiu a privatização da companhia.

Caso as condições estabelecidas sejam aquelas sugeridas pelo BTG, isso reduziria significativamente os riscos à Eletrobras, consolidando seus direitos de limite de voto. Além eliminar a exposição ao projeto Angra 3.

Pagamento de dividendos no foco

Conforme os analistas Antonio Junqueira, Gisele Gushiken e Maria Resende, a combinação do acordo com uma política de dividendos pode ser um fator “muito positivo”. Uma vez que a Eletrobras tem uma história de transição para ser uma forte pagadora de dividendos.

A expectativa é de que a empresa anuncie os dividendos com os resultados do quarto trimestre, o que, conforme o banco, não significa um pagamento elevado no curto prazo. Mas já reforça a trajetória da empresa na direção.

“Acreditamos que um acordo com o governo e uma política clara de dividendos reduziriam substancialmente os riscos de investimento na empresa. Atualmente, a Eletrobras apresenta uma volatilidade implícita muito maior do que a de outras companhias do setor elétrico, reflexo da incerteza sobre seus dividendos e das negociações com o governo”, comenta o banco.

O BTG tem recomendação de compra para Eletrobras (ELET3), com preço-alvo de R$ 58.

Com informações do Valor Econômico