Citi corta Magazine Luiza (MGLU3) para venda e projeta queda de até 20% para ação

Citi se prepara para o pior com Magazine Luiza (MGLU3) e recomenda venda do papel, antes sob 'otimismo excessivo' do banco

Diante de um cenário desafiador, o Magazine Luiza tem promovido mudanças estratégicas em sua gestão. (Foto: Rafael Henrique /SOPA Images)
Diante de um cenário desafiador, o Magazine Luiza tem promovido mudanças estratégicas em sua gestão. (Foto: Rafael Henrique /SOPA Images)

O Magazine Luiza (MGLU3) enfrenta competição acirrada do Mercado Livre, tem pela frente um cenário de juros altos e, do seu lado da quadra, uma alavancagem que supera em cinco vezes o quanto a operação lucra no ano. A lista de desafios projetados pelo Citi levou o banco a cortar a recomendação de neutro para a venda sobre as ações do Magazine Luiza.

O banco rebaixou o preço-alvo do papel de R$ 8 para R$ 7,70, o que implica em uma queda potencial de menos de 20% para as ações, mas, mesmo assim, considera que o Magalu deve ter uma despesa financeira maior neste ano do que em 2024. Os analistas citam pressão de recebíveis da LuizaCred como um dos motivos para o corte.

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‘Excesso de otimismo’ com Magalu (MGLU3) levou ao corte

O Citi diz que estava otimista demais ao precificar as ações do Magazine Luiza no Ibovespa. O banco antecipa sufoco na demanda por bens duráveis oferecidos pelo Magalu, provocado principalmente pelos juros mais altos. A Selic deve, assim, continuar alta até 2026, estendendo o desafio do Magalu na busca de aumentar vendas.

Assim, o banco baixou a estimativa de volume total de vendas nas plataformas próprias e de marketplace do Magalu em 2% para 2025 e 3% para 2026. “Prevemos um crescimento baixo em um dígito para o site do Magazine Luiza e para a plataforma de vendedores terceiros”, disse o Citi em relatório.

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O 1P do Magalu deve expandir somente 4% neste ano, enquanto o marketplace ficará ofuscado na projeção do Citi, com aumento de 3% a 2,5% no GMV.

O Citi também aponta que as despesas financeiras do Magazine Luiza (MGLU3) devem aumentar em 2025. Os recebíveis descontados da LuizaCred e do LuizaCard, instrumento que facilita a obtenção de capital de giro com pagamento a longo prazo, levam o valor de mercado da varejista à R$ 18,4 bilhões. Para o Citi, o preço “é demandante de um prêmio maior de risco” do investidor.

Conforme as dívidas do Magalu se alongam, o valor da companhia tende a crescer porque as despesas financeiras aumentam. O que reforça o argumento do Citi.

As ações do Magalu caem na sequência do relatório. O papel derrete 11,24% no Ibovespa

Lucro 26% menor em 2025

O lucro líquido do Magalu (MGLU3), assim, deve cair 26% em 2025, anteve o Citi. Para o ano que vem, o corte no resultado final deve ser de 13%, ainda conforme projeções do banco.

Não é a primeira vez que um banco estima queda no lucro do Magazine Luiza. Em março, o JPMorgan comentou que o alto endividamento poderia levar à queda do retorno sobre a ação em 75%.

Mas há cenários em que as projeções dos analistas podem se reverter. O primeiro risco é de uma melhora nos juros do País, com início do ciclo de alta. Outra reviravolta pode vir do e-commerce do Magazine Luiza: se ele crescer sem comprometer a margem de lucro de sua operação, o banco pode revisar a estimativa de lucro líquido da varejista.

A ação do Magazine Luiza (MGLU3), no entanto, é vista como de “alto risco” pelo banco de investimentos, porque tem volatilidade elevada e tem o potencial de sofrer com o short-squeeze. Isso é, de uma alta repentina por pressão no valor de opções vendidas à mercado.

Cerca de 17% do fluxo livre de Magazine Luiza (MGLU3) está alugado na bolsa.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

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