Citi corta Magazine Luiza (MGLU3) para venda e projeta queda de até 20% para ação

- O Citi cortou a recomendação das ações do Magazine Luiza (MGLU3) de neutro para venda, projetando queda de até 20%.
- A alta da Selic e a competição com o Mercado Livre impactam as vendas e o lucro do Magalu.
- O banco prevê queda de 26% no lucro líquido do Magalu em 2025 e aumento das despesas financeiras.
- A alta alavancagem e os recebíveis da LuizaCred preocupam o Citi.
- As ações do Magalu caíram 11,24% após a divulgação do relatório.
Empresas citadas na reportagem:
O Magazine Luiza (MGLU3) enfrenta competição acirrada do Mercado Livre, tem pela frente um cenário de juros altos e, do seu lado da quadra, uma alavancagem que supera em cinco vezes o quanto a operação lucra no ano. A lista de desafios projetados pelo Citi levou o banco a cortar a recomendação de neutro para a venda sobre as ações do Magazine Luiza.
O banco rebaixou o preço-alvo do papel de R$ 8 para R$ 7,70, o que implica em uma queda potencial de menos de 20% para as ações, mas, mesmo assim, considera que o Magalu deve ter uma despesa financeira maior neste ano do que em 2024. Os analistas citam pressão de recebíveis da LuizaCred como um dos motivos para o corte.
‘Excesso de otimismo’ com Magalu (MGLU3) levou ao corte
O Citi diz que estava otimista demais ao precificar as ações do Magazine Luiza no Ibovespa. O banco antecipa sufoco na demanda por bens duráveis oferecidos pelo Magalu, provocado principalmente pelos juros mais altos. A Selic deve, assim, continuar alta até 2026, estendendo o desafio do Magalu na busca de aumentar vendas.
Assim, o banco baixou a estimativa de volume total de vendas nas plataformas próprias e de marketplace do Magalu em 2% para 2025 e 3% para 2026. “Prevemos um crescimento baixo em um dígito para o site do Magazine Luiza e para a plataforma de vendedores terceiros”, disse o Citi em relatório.
O 1P do Magalu deve expandir somente 4% neste ano, enquanto o marketplace ficará ofuscado na projeção do Citi, com aumento de 3% a 2,5% no GMV.
O Citi também aponta que as despesas financeiras do Magazine Luiza (MGLU3) devem aumentar em 2025. Os recebíveis descontados da LuizaCred e do LuizaCard, instrumento que facilita a obtenção de capital de giro com pagamento a longo prazo, levam o valor de mercado da varejista à R$ 18,4 bilhões. Para o Citi, o preço “é demandante de um prêmio maior de risco” do investidor.
Conforme as dívidas do Magalu se alongam, o valor da companhia tende a crescer porque as despesas financeiras aumentam. O que reforça o argumento do Citi.
As ações do Magalu caem na sequência do relatório. O papel derrete 11,24% no Ibovespa
Lucro 26% menor em 2025
O lucro líquido do Magalu (MGLU3), assim, deve cair 26% em 2025, anteve o Citi. Para o ano que vem, o corte no resultado final deve ser de 13%, ainda conforme projeções do banco.
Não é a primeira vez que um banco estima queda no lucro do Magazine Luiza. Em março, o JPMorgan comentou que o alto endividamento poderia levar à queda do retorno sobre a ação em 75%.
Mas há cenários em que as projeções dos analistas podem se reverter. O primeiro risco é de uma melhora nos juros do País, com início do ciclo de alta. Outra reviravolta pode vir do e-commerce do Magazine Luiza: se ele crescer sem comprometer a margem de lucro de sua operação, o banco pode revisar a estimativa de lucro líquido da varejista.
A ação do Magazine Luiza (MGLU3), no entanto, é vista como de “alto risco” pelo banco de investimentos, porque tem volatilidade elevada e tem o potencial de sofrer com o short-squeeze. Isso é, de uma alta repentina por pressão no valor de opções vendidas à mercado.
Cerca de 17% do fluxo livre de Magazine Luiza (MGLU3) está alugado na bolsa.
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