Banco do Brasil (BBAS3) lucra mais no 2° tri, mas piora projeção de perdas com calotes em 2024

Lucro veio acima das previsões de analistas, mas BB também viu o índice de inadimplência subir pelo quarto trimestre consecutivo

Empresas citadas na reportagem:

O Banco do Brasil (BBAS3) teve lucro acima das expectativas no segundo trimestre, uma vez que melhores resultados com tesouraria compensaram um aumento das provisões para perdas com calotes.

O BB inclusive elevou o montante esperado de provisões para fazer frente a prejuízos com inadimplência.

O banco controlado pelo governo federal anunciou nesta quarta-feira que seu lucro recorrente de abril a junho somou R$ 9,5 bilhões, alta de 8,2% sobre um ano antes.

O resultado veio acima da previsão média de analistas, de 9,2 bilhões.

BB 2° tri/20242° tri/23Variação (%)
Carteira de créditoR$ 1,18 trilhãoR$ 1,045 trilhão+13,2%
Margem financeira brutaR$ 25,55 bilhõesR$ 22,9 bilhões11,6%
Receitas com serviçosR$ 8,85 bilhõesR$ 8,29 bilhões+6,7%
Índice de inadimplência (+90 dias)3%2,73%0,27 p.p.
Provisão para perdas com calotesR$ 7,8 bilhõesR$ 7,18 bilhões+8,8%
Retorno s/ patrimônio líquido (ROE)21,6%21,3%+0,3 p.p.
Fonte: Banco do Brasil

O índice de inadimplência subiu pelo quarto trimestre consecutivo, na base sequencial.

Mesmo com maiores provisões para fazer frente às perdas esperadas com calotes, o chamado índice de cobertura caiu pelo quarto trimestre seguido, a 191,3%.

Um ano antes, esse índice era de 201,3%.

Mudanças em projeções

Além dos resultados trimestrais, o BB alterou algumas previsões para o acumulado de 2024.

Uma delas foi justamente a de provisão para perdas com inadimplência, da faixa de R$ 27 bilhões a R$ 30 bilhões para R$ 31 bilhões a R$ 34 bilhões.

Embora o banco não tenha mencionado uma preocupação específica com alguma linha de mercado, os dados do trimestre mostraram deterioração na carteira de agronegócio, segmento do qual o BB é lider no Brasil.

Ilustrando esse movimento, a provisão do BB para perdas esperadas no setor mais do que dobrou em 12 meses, para R$ 8,8 bilhões.

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