Lucro da Vale (VALE3) cai 17% no 1º trimestre, para US$ 1,39 bilhão
A mineradora apontou que o resultado foi afetado em grande parte por maiores impostos no período
A Vale (VALE3) fechou o primeiro trimestre deste ano com lucro líquido de US$ 1,39 bilhão, uma queda de 17% na comparação com igual período de 2024, quando a mineradora lucrou US$ 1,679 bilhão.
A receita líquida da empresa nos primeiros três meses de 2025 foi de US$ 8,119 bilhões, uma queda de 4% na comparação com o primeiro trimestre de 2024, quando atingiu US$ 8,459 bilhões.
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O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou em US$ 3,115 bilhões no primeiro trimestre de 2025, um recuo de 9% na comparação com o primeiro trimestre de 2024.
Por dentro do balanço da Vale
A companhia destacou no balanço divulgado nesta quinta-feira (24) que a queda do lucro líquido foi motivada em grande parte por maiores impostos, relacionados ao efeito dos ativos de energia mantidos para venda.
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Esses efeitos, ainda de acordo com a mineradora, foram parcialmente compensados por um impacto positivo dos resultados financeiros, impulsionado pela valorização do real em relação ao dólar, que afetou positivamente a marcação a mercado de “swaps”.
Em reais, o lucro líquido da companhia caiu 1,53% no primeiro trimestre, para R$ 8,16 bilhões. Já a receita líquida foi de R$ 47,41 bilhões no primeiro trimestre, um crescimento de 13,17%.
O Ebitda em reais no primeiro trimestre foi de R$ 18,18 bilhões, alta de 6,91% ante igual período do ano anterior.
Em reais, a queda do lucro líquido reflete o recuo do preço do minério de ferro.
Em comentário publicado no balanço da companhia, o presidente da Vale, Gustavo Pimenta, ressaltou que a mineradora teve um início de ano consistente, alinhado com os objetivos para 2025.
“Estamos vendo um bom momento na gestão de custos, com nosso C1 [custos da mina ao porto] atingindo US$ 21/t [por tonelada] no primeiro trimestre, continuando a trajetória de queda ano a ano. Nossos projetos de geração de valor continuam a progredir, sendo elementos essenciais para aumentar a flexibilidade do nosso portfólio e melhorar a eficiência operacional e de custos”, disse Pimenta em seu comentário.
Endividamento da Vale cresce
A Vale encerrou o primeiro trimestre com dívida líquida expandida de US$ 18,2 bilhões, um crescimento de 11% na comparação com o fim de 2024. A dívida líquida expandida considera a dívida líquida acrescida de compromissos como as obrigações para a reparação de Brumadinho. A dívida líquida somava US$ 12,2 bilhões ao fim de março, uma alta de 16% ante o quarto trimestre do ano passado.
O crescimento do endividamento foi fruto, segundo a empresa, de dividendos e juros sobre capital próprio pagos no trimestre.
A dívida bruta e os arrendamentos atingiram US$ 16,2 bilhões em 31 de março de 2025, US$ 700 milhões a mais que no quarto trimestre, principalmente como resultado da emissão de títulos no valor de US$ 750 milhões com vencimento em 2054, que foi parcialmente usado para recuperar títulos com vencimento em 2034, 2036, e 2039.
O prazo médio da dívida aumentou para 9,5 anos no fim do primeiro trimestre, contra 8,7 anos no fim de 2024 após a emissão de títulos em fevereiro de 2025. O custo anual médio da dívida após “swaps” de moeda e taxa de juros foi de 5,5%, uma diminuição em relação aos 5,7% do fim do ano passado.
Em termos de investimentos em projetos de crescimento, a companhia aportou US$ 312 milhões no primeiro trimestre, 15% a menos que em igual período do ano passado, principalmente em decorrência de menores desembolsos no segmento de soluções em minério de ferro, à medida em que os projetos de Capanema e da expansão da ferrovia de Carajás estão em “ramp-up” (aceleração gradual).
Os investimentos de manutenção totalizaram US$ 862 milhões, 16% a menos que no primeiro trimestre do ano passado, principalmente como resultado de menores gastos em níquel após o comissionamento da segunda mina subterrânea, Eastern Deeps, dentro do projeto Voisey’s Bay Mine Expansion (VBME) no quarto trimestre do ano passado, bem como menores gastos em equipamentos ferroviários e de mina com o comissionamento dos projetos de soluções de minério de ferro.
Com informações do Valor Econômico