O que está acontecendo com as ações da Azzas (AZZA3) no pregão desta quinta-feira?

Papéis da companhia disparavam na bolsa após lucro trimestral acima do esperado

As ações da Azzas (AZZA3) saltavam mais de 20% e figuravam entre as maiores altas da bolsa de valores no pregão desta quinta-feira (8). O lucro líquido de R$ 117 milhões apurado pela companhia no primeiro trimestre, 44% acima do esperado, foi uma surpresa positiva, impulsionada por uma robusta expansão da margem Ebitda, segundo o Itaú BBA. Ebitda é a sigla em inglês para resultado antes de juros, impostos, amortização e depreciação.

A margem bruta subiu 0,3 ponto percentual (54,8%), frente o primeiro trimestre de 2024, enquanto a margem líquida avançou 0,1 ponto percentual, para 4,3%. A margem Ebitda, de 16,3%, veio 1,7 ponto percentual acima da previsão dos analistas liderados por Rodrigo Gastim. “Todos os olhos estavam voltados para as margens, e elas entregaram”, diz o banco, em relatório.

De acordo com o banco, a combinação de uma receita bruta sólida e tendências fortes de rentabilidade pode ser vista como ponto de inflexão, “potencialmente melhorando o sentimento em relação à ação”.

Já o ponto fraco da varejista foi a geração de caixa, devido à queima de caixa de R$ 264 milhões, que levou a estoques mais alto.

O Itaú BBA tem recomendação de compra para Azzas, com preço-alvo de R$ 47.

Melhor rentabilidade operacional

Azzas entrega os primeiros resultados “limpos” desde a fusão no primeiro trimestre, mesmo sem apresentar sinergias, diz o Santander, que destaca melhor rentabilidade operacional.

O banco ressalta ter melhor visibilidade dos resultados com menos itens não recorrentes e ajustes, com crescimento robusto de vendas e recuperação de margem.

A varejista fruto da fusão entre Grupo Soma e Arezzo teve margem bruta de 54,5% entre janeiro e março, alta de 0,3 ponto percentual sobre o atingido no mesmo período do ano passado. Por consequência, a margem Ebitda cresceu 1,2 ponto percentual, chegando a 15,9%, na mesma base de comparação.

A expansão da margem Ebitda também foi consequência de despesas operacionais mais controladas e da antecipação das vendas multimarcas da Farm para o primeiro trimestre — o que deve impactar negativamente o segundo trimestre, segundo o banco.

Por outro lado, os analistas Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo dizem que a alavacangem financeira continua a piorar devido ao consumo de caixa operacional.

O Santander tem recomendação de compra para Azzas 2154, com preço-alvo de R$ 51.

Bom desempenho de vendas em vestuário feminino e na Hering

Os resultados da Azzas 2154 supreenderam positivamente no primeiro trimestre, vindo acima do esperado, por conta de melhor crescimento no faturamento e expansão de margens, diz o JPMorgan.

Os analistas liderados por Joseph Giordano escrevem que o Ebitda ajustado de R$ 419 milhões foi 8% acima de suas estimativas, enquanto as receitas de R$ 2,69 bilhões superaram em 3% as projeções.

O banco chama atenção para o desempenho de vendas em vestuário feminino e na Hering, além de melhores margens com o aumento de vendas diretas ao consumidor e racionalização de despesas.

O JPMorgan tem recomendação de compra para Azzas 2154, com preço-alvo em R$ 48.

Farm e Reserva em destaque

A Azzas surpreendeu positivamente os analistas do Citi no primeiro trimestre de 2025, com lucro recorrente e Ebitda cerca de 40% e 20% acima das estimativas do banco, respectivamente. De acordo com o relatório, o desempenho acima do esperado foi principalmente impulsionado pelas marcas premium (como Farm e Reserva), segmentadas em moda feminina e masculina.

A margem bruta consolidada expandiu cerca de 0,4 ponto percentual em relação ao ano anterior, atingindo 54,8% – 0,6 ponto acima da estimativa do Citi. A alta é parcialmente explicada por um mix favorável, ou seja, maior participação de vendas ao consumidor final. A combinação de melhores resultados operacionais com menor carga tributária levou a um forte desempenho no lucro.

O segmento de moda feminina foi destaque, com receita bruta crescendo 27% na comparação anual, ante 21% projetado pelo Citi. O canal multimarcas foi o grande motor do segmento neste trimestre, com receita quase 60% superior ao mesmo trimestre do ano passado. A moda masculina também superou as estimativas, com crescimento de 13%, 4% acima da projeção. O ponto negativo veio em calçados e acessórios, com crescimento de aproximadamente 5%.

Na visão do Citi, a Azzas entregou um trimestre sólido e que mostra uma trajetória positiva de expansão de margens. Nesse sentido, os analistas destacam que, para o futuro, a empresa tem que explicar como pretende manter o forte crescimento em moda feminina, reaquecer o crescimento em calçados e acessórios e melhorar a conversão de caixa após um trimestre exigente do ponto de vista de capital de giro.

A recomendação é de compra, mas com uma avaliação de alto risco, e o preço-alvo é estimado em R$ 38,00.

Com informações do Valor Econômico

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