Auren (AURE3) tem trimestre inesquecível e ações sobem para a máxima do ano
Mesmo com queda de 64% no lucro líquido, ações da Auren (AURE3) disparam para máxima de 2025; veja o que dizem analistas sobre os números
A Auren Energia (AURE3) animou os analistas com o resultado do primeiro trimestre e as ações da companhia de geração de energia elétrica dispararam na quinta-feira (8) no Ibovespa, rumo à cotação máxima de 2025.
Apesar de a companhia registrar queda de lucro líquido de 64% no primeiro trimestre deste ano ante igual período do ano passado, ela obteve um resultado operacional de R$ 1,3 bilhão, o que surpreendeu analistas positivamente.
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O Safra diz que o resultado foi positivo para a geradora, com “bom controle de custo operacional”. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) de R$ 1,3 bi veio 44% acima das estimativas do Safra e 44% acima do projetado pelo mercado financeiro. O Santander chamou o balanço de “um resultado para se lembrar”. Entenda porque, apesar do prejuízo, a Auren (AURE33) sobe no Ibovespa.
Auren (AURE3) encanta mesmo com queda no lucro: por quê?
Os papéis da Auren Energia subiram forte no Ibovespa nesta quinta-feira. Para analistas do mercado financeiro, mesmo com lucro líquido despencando, a geradora de energia mostrou brilho ao registrar faturamento positivo com a negociação no submercado de energia.
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Assim, as ações da Auren (AURE3) avançaram 7% no Ibovespa até o final do pregão.
O submercado concentra contratos livres de energia no SIN (Sistema Integrado Nacional) gerada por geradoras com distribuidores a seus clientes.
A empresa vem sofrendo com paralisação de parques eólicos devido ao aumento na diferença de preços entre volume de energia gerada e vendida nas regiões Nordeste e Sudeste. No total, a Auren obteve receita líquida de R$ 60 milhões com a arbitragem de contratos de energia no submercado.
Segundo analistas do Banco Safra, o faturamento surpreendeu e cria uma tendência positiva para a Auren nos próximos trimestres. “O braço de comercialização da geradora também entregou bom desempenho, com margem operacional positiva”, afirmaram Daniel Travitsky e sua equipe, do Safra.
No trimestre, o lucro operacional ajustado de comercialização da Auren (AURE3) triplicou. Entre janeiro e março, a divisão gerou Ebitda de R$ 165 milhões contra R$ 51 mi no primeiro trimestre de 2024.
Assim, o Santander classifica o balanço da Auren Energia como “inesquecível”.
Além do segmento de comercialização de energia, o banco espanhol destaca o aumento de capacidade de produção de usinas eólicas da Auren adquiridas na fusão da AES.
Ao todo, a capacidade instalada dos parques eólicos da Auren saiu de 704,3 MW (megawatt) para 995 MW em 12 meses, variação de 41%.
“Frisamos também a queda de alavancagem como positiva, saindo de 5,7 para 5 vezes de dívida líquida sobre Ebitda”, disse o time de André Sampaio, analista do Santander Research.
O lado feio do balanço
Apesar de mostrar forte desempenho com vendas em submercados, a Auren (AURE3) ainda pisa em ovos com paralisações em usinas de energia.
O curtailment, que representa a paralisação de geração de usinas fotovoltáicas e eólicas, saltou entre fevereiro e março. No trimestre, a Auren deixou de gerar 1,9 gigawatts (GW) de energia em razão do preço líquido de diferença (PLD) entre as regiões Sudeste e Nordeste.
“O nível de curtailment da empresa veio acima das nossas estimativas”, disse o Safra.
O banco prefere manter a recomendação neutra para as ações da Auren porque quer esperar sinais “mais sólidos” do turnaround da empresa. Especialmente após a fusão com a AES.
A queda de lucro líquido preocupa acionistas, entende a Genial Investimentos. A baixa contábil vem da pressão da alavancagem da Auren sobre o resultado financeiro.
“Ainda assim, a eficiência do resultado operacional foi suficiente para compensar com a entrega de lucro, e não prejuízo líquido”, disse a corretora.
Santander e Genial têm recomendação neutra para as ações da Auren (AURE3).