Ações da Vale (VALE3) em queda: o que o mercado achou do balanço da mineradora no 1º trimestre?
Empresas citadas na reportagem:
As ações da Vale (VALE3) operam em queda firme desde o começo do pregão desta sexta-feira (25) na B3. O movimento negativo dos papéis vem após o lucro da mineradora cair 17% no 1º trimestre, para US$ 1,39 bilhão.
Para o JPMorgan, a Vale apresentou um Ebitda mais forte do que o esperado no primeiro trimestre, com forte desempenho dos segmentos de minério de ferro e cobre, enquanto níquel ficou aquém das expectativas diante de custos mais altos.
O banco explica que a unidade de minério de ferro teve seu Ebitda beneficiado pela depreciação do real e pelos efeitos positivos do giro de estoque, enquanto a de cobre foi impulsionada pelos custos mais baixos e maiores receitas de subprodutos.
No caso da divisão de níquel, porém, o Ebitda ficou pressionado pelos custos totais mais altos, impactados pela venda de participação na PTVI.
Além disso, o banco destaca que o fluxo de caixa livre da Vale foi positivo em aproximadamente US$ 270 milhões, com um rendimento anualizado de 2,6%, embora a dívida líquida tenha aumentado em US$ 1,8 bilhão devido ao pagamento de dividendos.
O JPMorgan manteve a sua recomendação de compra para as ações VALE3, com preço-alvo de R$ 99.
BTG: balanço da Vale dentro do esperado
Os resultados da Vale no primeiro trimestre aumentaram a sensação de previsibilidade nos números da companhia em comparação com os trimestres anteriores, o que é visto de forma positiva pelo BTG Pactual.
O banco destaca a melhora consistente nos custos de minério de ferro e metais básicos, com a administração “altamente confiante” em atingir sua projeção de custo caixa de minério de ferro C1. O BTG acredita que o desempenho de custos da Vale deve continuar melhorando ao longo do ano.
Já a dívida líquida expandida também aumentou em direção ao limite superior da zona de conforto da empresa, atingindo US$ 18 bilhões, sinalizando que dividendos extraordinários permanecem improváveis.
O BTG Pactual mantém a sua recomendação neutra para as ADRs da Vale, com preço-alvo de US$ 11.
Citi: resultados financeiros sem surpresas
Os resultados financeiros da Vale não apresentaram surpresas no primeiro trimestre, com melhor desempenho de custos na comparação anual por causa da desvalorização do real, diz o Citi.
O analistas Alexander Hacking e Stefan Weskott escrevem que o Ebitda ajustado de US$ 3,2 bilhões se compara com sua projeção de US$ 3,1 bilhões para o período, alinhada com o desempenho operacional divulgado semana passada.
O banco destaca que a geração de caixa de R$ 400 milhões foi um ponto positivo e chama atenção para que a dívida expandida da mineradora subiu para R$ 18 bilhões após pagamento de dividendos.
O Citi tem recomendação de compra para Vale, com preço-alvo em US$ 12 para os recibos de ação (ADRs) negociados na Bolsa de Nova York (Nyse).
Goldman Sachs: melhor eficiência operacional
A Vale teve resultados financeiros melhores do que o esperado no primeiro trimestre, impulsionado por um desempenho de custos positivo na unidade de metais básicos, diz o Goldman Sachs.
Os analistas Marcio Farid, Emerson Vieira e Henrique Marques escrevem que o Ebitda recorrente de US$ 3,2 bilhões ficou 6% acima de suas estimativas, relembrando que o desempenho operacional da mineradora foi sazonalmente fraco.
“Nossa visão é a Vale continua caminhando para melhor eficiência operacional, algo que ainda não é refletido adequadamente no preço de suas ações”, comenta o banco. O foco do mercado continua sendo no cenário macroeconômico global.
O Goldman Sachs tem recomendação de compra para Vale, com preço-alvo em US$ 16,10 para os recibos de ação (ADRs) negociados na Bolsa de Nova York (Nyse).
Com informações do Valor Econômico
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