Ações da Azul perdem metade do valor de mercado em abril; GPA (PCAR3) sobe 40%

Azul (AZUL4) perde metade do valor de mercado no mês e queda das ações ocorre após follow-on ruim; veja lista de melhores e piores

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A Azul (AZUL4) perdeu metade do valor de mercado em abril. As ações preferenciais da companhia aérea acumulam queda de 50% neste mês, com o follow-on da companhia e perda de confiança do investidor no papel fomentando a sangria do ativo no Ibovespa. Nesta quarta-feira, as ações da Azul aprofundaram a mínima histórica alcançada na terça-feira, cotadas a R$ 1,47.

Por outro lado, as ações do Pão de Açúcar subiram 40% no Ibovespa no mês. O papel ganhou impulso com o desenrolar da disputa de investidores por vagas no conselho de administração da varejista.

Confira a seguir a queda das ações da Azul, destaque do Pão de Açúcar e principais ações em alta e em baixa no mês.

Ações da Azul (AZUL4) tombam e são as piores do Ibovespa

As ações da Azul caíram 50% em abril e, assim, tornaram-se o pior papel do Ibovespa no ano. O papel acumula perdas ainda maiores desde o início do ano, com 58% de perdas.

A maior parte da queda no Ibovespa ocorre após o follow-on da companhia concluído na última quarta-feira, mas anunciado no início de abril. Desde a emissão de novas ações, que diluíram participações de acionistas minoritários, a Azul não subiu no Ibovespa. Ou seja, o papel acumula sete pregões consecutivos de queda.

A Azul captou R$ 1,66 bilhões no follow-on, abaixo do esperado de acordo com a XP Investimentos. Nesta quarta-feira, a aérea obteve financiamento adicional de R$ 600 milhões à oferta inicial.

O objetivo da aérea, de converter 35% de seus títulos de dívida com vencimentos em 2029 e 2030 em ações, não foi cumprido imediatamente após o follow on.

Ao longo da semana, analistas disseram à Inteligência Financeira que houve perda de confiança na empresa. As ações da Azul seguem em queda, com o projeto de reestruturação em xeque.

“Provavelmente quem captou as ações da Azul está vendendo suas posições”, disse Luiz Fernando Araujo, CEO da Finacap. “O volume vendido das ações da Azul nos últimos dias quase chega ao que foi absorvido no follow on. É um canal mais líquido de saída.”

Veja em seguida quais ações terminaram abril com as maiores quedas:

  1. Azul PN (AZUL4): -53,18%
  2. Brava Energia ON (BRAV3): -24,81%
  3. PetroReconcavo ON (RECV3): -22,01%
  4. Petrobras ON (PETR3): -19,75%
  5. Petrobras PN (PETR4): -17,17%
  6. Prio ON (PRIO3): -14,92%
  7. Gerdau PN (GGBR4): -7,24%
  8. IRB Brasil Resseguradora ON (IRBR3): -6,89%
  9. Vale ON (VALE3): -6,61%
  10. São Martinho ON (SMTO3): -5,85%

GPA (PCAR3) sobe 40%; confira as principais ações em alta

O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) registrou o melhor desempenho do Ibovespa em abril, com as ações da varejista subindo 40% desde o início do mês.

A companhia registrou forte alta no mês porque o conselho de administração tornou-se fator especulativo sobre o papel. O investidor Nelson Tanure convocou a eleição de um novo quadro de conselheiros, o que abriu margem para outros investidores montarem posições na companhia.

Confira a seguir as dez melhores ações de abril:

  1. Pão de Açúcar ON (PCAR3): +36,57%
  2. Locaweb ON (LWSA3): +35,58%
  3. Azzas 2154 ON (AZZA3): +28,98%
  4. Localiza ON (RENT3): +27,92%
  5. Yduqs ON (YDUQ3): +27,51%
  6. Cogna ON (COGN3): +26,30%
  7. Hypera ON (HYPE3): +23,90%
  8. Assaí ON (ASAI3): +22,08%
  9. Auren ON (AURE3): +19,61%
  10. Rumo ON (RUMO3): +19,11%

Ações mais cíclicas e cujas empresas fazem parte da economia doméstica obtiveram as maiores altas. Papéis de varejo como o do grupo Azzas e de Assaí, de educação, nos casos de Cogna e Yduqs, se beneficiaram do choque na economia global.

Afinal, no início do mês, as tarifas de importação de Donald Trump provocaram um choque nas bolsas de valores do mundo inteiro, que se recuperaram gradualmente.

Assim, investidores se voltaram para papéis que crescem ou caem conforme a atividade econômica do Brasil, ainda aquecida. O JPMorgan, por exemplo, recomendou a compra das ações da Yduqs no mês. Ademais, manteve-se otimista para o setor de educação na bolsa de valores.

Na eminência de uma super safra de soja, as ações da Rumo (RUMO3) também foram destaque. O Bradesco BBI afirmou que, caso a China passe a depender mais de grãos vindos do Brasil pela barreira comercial com os americanos, a Rumo deve se beneficiar diretamente.

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