É possível pagar menos Imposto de Renda investindo em previdência privada?

Entenda como reduzir a base de cálculo e diminuir a mordida do Leão enquanto investe no futuro

Há formas inteligentes de pagar menos Imposto de Renda e ainda garantir um futuro financeiro mais tranquilo. Para quem investe em previdência privada, essa é uma possibilidade. E dependendo do tipo de plano escolhido, é possível deduzir até 12% da renda tributável, diminuindo o imposto e aumentando a restituição.

A previdência privada, além de ser uma alternativa para complementar a aposentadoria do INSS, oferece benefícios fiscais que podem ser aproveitados agora. “Muitas pessoas deixam de usar esse benefício simplesmente por desconhecimento. Com um bom planejamento, é possível reduzir o imposto agora e ainda construir uma reserva para o futuro”, explica Nayra Sombra, planejadora financeira CFP pela Planejar.

PGBL ou VGBL: qual é o melhor para pagar menos IR?

Na hora de escolher entre PGBL e VGBL é essencial entender as diferenças:

  • PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre): ideal para quem faz a declaração completa do IR e contribui para o INSS ou RPPS. O benefício ocorre na entrada: o investidor pode deduzir até 12% da renda tributável com aportes nesse tipo de plano, reduzindo o imposto a pagar. No resgate, porém, o IR incide sobre o valor total acumulado (aporte + rendimentos).
  • VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre): indicado para quem opta pela declaração simplificada ou já atingiu o limite de dedução do PGBL. Aqui, não há abatimento na base de cálculo do IR, mas no momento do resgate, o imposto incide apenas sobre os rendimentos, e não sobre o valor total.

A escolha entre um e outro depende do perfil de cada investidor.

“Se o objetivo é pagar menos imposto agora, o PGBL pode ser mais vantajoso, desde que a pessoa esteja dentro das regras de dedução. Já para quem não se encaixa nesses critérios, o VGBL pode ser a melhor alternativa para acumular patrimônio com eficiência tributária”, orienta Nayra.

Quanto investir para aproveitar ao máximo o benefício?

Elaborar um bom planejamento é fundamental para otimizar os benefícios da previdência privada. E investir sem considerar o limite de dedução pode comprometer a estratégia de pagar menos Imposto de Renda.

Assim, para saber quanto investir e garantir a dedução de 12% pelo PGBL, o primeiro passo é calcular a renda bruta tributável. Ela inclui: salário ou pró-labore, aluguéis recebidos (se tributáveis), rendimentos de trabalho autônomo e outras fontes sujeitas ao Imposto de Renda.

O que não entra no cálculo são dividendos e rendimentos isentos, ganhos de capital sujeitos à tributação definitiva e benefícios de aposentadoria isentos para maiores de 65 anos.

Por exemplo: com renda anual tributável de R$ 120 mil, o valor máximo que pode ser investido no PGBL com dedução fiscal é R$ 14.400 (12% de R$ 120 mil).

É importante ressaltar que aqueles que desejam utilizar o benefício fiscal na declaração do Imposto de Renda têm até o final de dezembro do ano-base para fazer o investimento.

Por que investir em previdência complementar?

Mesmo quem já contribui para o INSS pode precisar de renda extra na aposentadoria. O teto do benefício público, que é de R$ 8.157,41, pode não ser suficiente para manter o padrão de vida de quem tem rendimentos mais altos.

“Elaborar uma estratégia de previdência complementar é essencial para quem deseja manter sua qualidade de vida no futuro”, explica Eliane Habib Tiburski, planejadora financeira CFP. “Quanto maior o salário na ativa, maior a necessidade de uma reserva adicional para a aposentadoria.”

A previdência privada permite que cada pessoa construa sua própria estratégia de acumulação de longo prazo, podendo escolher entre planos progressivos ou regressivos para tributação no resgate. Além disso, ela é isenta de come-cotas, a tributação semestral que incide sobre outros investimentos.

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