O que faz um restaurante sobreviver por mais de 100 anos? O Ponto Chic conhece a resposta
Foi em 1922, logo após a Semana de Arte Moderna, que o restaurante Ponto Chic começou uma história de sucesso. Claro que ao longo desses mais de 100 anos o estabelecimento vivenciou muitos momentos da história brasileira.
Um bom exemplo disso é o movimento conhecido como Diretas Já. “(O movimento estudantil) aconteceu no Vale do Anhangabaú. Mas também aqui nos salões do Ponto Chic. Afinal de contas, (na época, o Palácio do) Governo do Estado ficava em volta do restaurante. Então, muitos políticos (e estudantes) frequentavam os nossos salões e essas discussões aconteciam por aqui”, lembra Rodrigo Alves, empresário e representante da quarta geração à frente do restaurante.

Mesas próximas, mais conversas
Alves conta que a disposição mais próxima entre as mesas, que se mantém até hoje, é proposital. “A posição das mesas é mais apertada exatamente para estimular a conversa. Para conhecer a mesa ao lado. (E naquele momento das Diretas Já), estava tendo as discussões políticas. Enfim, (o Ponto Chic) sempre foi um espaço muito democrático nesse sentido”, afirma.
Atualidade e modernidade se misturam no Ponto Chic
Os anos passaram, outras histórias surgiram entre as mesas do estabelecimento. E o público, claro, foi ficando ainda mais misturado. Era o encontro de gerações. E aí, como manter a tradição e se modernizar ao mesmo tempo?
“O que é tradicional é nossa hospitalidade. Mas isso não impede que a gente se atualize”, diz o empresário.
Alves traz alguns exemplos, como a entrada do lanche beirute. “Houve um boom do sanduíche aqui em São Paulo. Então, a gente introduziu o pão sírio há cinco anos no Ponto Chic. Além disso, colocamos o hambúrguer vegetal para atender ao cliente que quer diminuir esse consumo de carne semanal”, conta.
Mas o tradicional também se mantém. É o caso do famoso bauru do restaurante Ponto Chic.

O sanduíche, criado em 1937 pelo radialista Casimiro Pinto Neto, é sucesso até hoje. “Vendemos 146 mil baurus por ano. Uma tonelada e meia de carne por mês só para o bauru e duas toneladas e meia de queijo todos os meses”, comemora o empresário.
Qualidade e boa gestão
Claro que crises também surgiram nesses mais de 100 anos. E de acordo com Rodrigo Alves, o que manteve o restaurante Ponto Chic firme foi a soma de dois fatores: qualidade e boa gestão do negócio.
“Muita gente questiona como é que conseguimos passar por todas essas crises, e eu sempre falo que é porque a gente nunca deixou cair a qualidade. Então, se tem que aumentar o preço, a gente aumenta, mas não deixa a qualidade cair. Nem do produto, nem do serviço. Porque essas questões (de crises) são temporárias. Elas se revertem”, acredita.
E mesmo em momentos de incertezas, como a pandemia da covid-19, o restaurante Ponto Chic conseguiu manter as finanças em dia. Para Rodrigo Alves isso se deu por uma boa gestão do negócio que acontece desde a época de seu avô.
“A gente sempre manteve um bom capital de giro. E isso acabou sempre nos dando credibilidade. E como consequência, nos dá crédito tanto com o banco quanto com os fornecedores. Então, nós nunca tivemos um problema de crédito. Conseguimos negociar isso com muita tranquilidade”, afirma.
Muita história no restaurante Ponto Chic
O empresário também trouxe outras curiosidades e histórias do restaurante Ponto Chic na entrevista completa que pode ser vista aqui.
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