Restaurante centenário passou por crises e hoje vende mais de 140 mil baurus por ano
Com uma boa reserva financeira em investimentos conservadores, o restaurante Ponto Chic passou por desafios e hoje se mantém competitivo no mercado
Foi logo depois da Semana de Arte Moderna, em 1922, que o restaurante Ponto Chic abriu suas portas no Largo do Paissandu, região central de São Paulo. O nome, aliás, veio de um apelido dado pelo escritor Oswald de Andrade. “Como as instalações do local eram muito luxuosas para a época, com azulejo português e mármore Carrara, o artista sempre lembrava do restaurante como ‘aquele lugar chique’, e aí surgiu o nome Ponto Chic”, conta o empresário Rodrigo Alves, que já é a 4ª geração à frente do restaurante.
De lá para cá, o estabelecimento já passou por diversos momentos da história do País.
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Além de funcionar como ponto de encontro dos modernistas, o Ponto Chic serviu de espaço para reuniões políticas, na época da Revolução de 1932, por exemplo.
Ponto Chic vende 140 mil baurus por ano
Mas não eram apenas conversas políticas que rodeavam as mesas do restaurante. O famoso sanduíche bauru, que hoje em dia leva o título de ‘Patrimônio Imaterial do Estado de São Paulo’ teve a sua criação vinda de um também famoso cliente, o radialista Casimiro Pinto Neto.
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Alves conta que em 1937, o radialista, cujo apelido era Bauru (uma homenagem à cidade natal dele), estava lendo um livro de nutrição e se inspirou para criar um sanduíche que representasse uma refeição completa.
“Como era bastante conhecido no restaurante, ele chamou o chapeiro e falou que queria inventar um sanduíche. Então, ele pediu para pegar um pão francês, colocar finas fatias de rosbife, tomate em rodelas, pepino em conserva e queijo”, lembra.
E aí, claro, o sanduíche foi batizado com o apelido do radialista: bauru. “A receita, que nunca passou por modificações, caiu no gosto da clientela até hoje. Tanto que vendemos 146 mil baurus por ano”, comemora o empresário.
‘Sou mais conservador, risco eu já tenho no empreendimento’
E a história por traz do Ponto Chic não possui apenas boas lembranças. Nesses mais de 100 anos de existência, o restaurante já passou por diversas crises.
“O próprio Plano Real foi difícil. (Na época) a gente teve que enxugar a operação. Isso porque (antes da entrada desse projeto econômico, por conta da inflação altíssima) você tinha um estoque muito grande e de repente não podia mais ter. (Afinal, ter um estoque alto começou a impactar drasticamente no valor de capital de giro necessário). Então, as pessoas – os fornecedores – começaram a entregar quase que diariamente. Mudou completamente a operação”, explica Alves.
Por isso, quando o assunto é investimento, o empresário se diz mais conservador. “A gente investe no próprio negócio. Afinal, é aqui que estão os nossos sonhos. (Por outro lado), é importante a gente ter um colchão de investimentos, mas investimentos mais conservadores, normalmente. E foi isso que nos deu fôlego para a pandemia, por exemplo. (Ou seja), ter esse colchão para essas guinadas que podem acontecer no País ou no mundo. (Então), eu sou mais conservador. O risco eu já tenho do próprio empreendimento”, argumenta Rodrigo Alves.
Veja a entrevista completa
Esse foi apenas um resumo da conversa com o empresário que faz parte da 4ª geração à frente do Ponto Chic. Para saber mais detalhes sobre a história desse restaurante centenário, é só assistir aqui a entrevista completa.