Carro por assinatura vira alternativa para quem não quer adquirir automóvel; veja prós e contras

A previsão é que 2025 se encerre com mais de 190 mil assinaturas de veículos; confira detalhes do investimento.
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  • O número de assinaturas de carros cresceu de 90 mil (2021) para 130 mil (2022), com projeção de 195 mil em 2025.
  • Mensalidades variam de R$ 1,8 mil a R$ 5 mil, cobrindo IPVA, seguro, revisões e manutenção.
  • Vantagens: flexibilidade para troca de veículos após 1 a 3 anos, sem entrada ou endividamento de longo prazo, ideal para motoristas urbanos que priorizam conveniência e rotatividade de veículos.
  • Desvantagens: sem formação de patrimônio, limite de quilometragem, nem todos os modelos estão disponíveis e o custo pode superar a compra direta em longo prazo.
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A modalidade de carro por assinatura parece despertar o interesse dos brasileiros. Tanto que de acordo com a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA), o número de carros por assinatura subiu de 90 mil em 2021 para 130 mil no ano passado. Para 2025, a projeção é encerrar o ano com 195 mil assinaturas de automóveis.

Como funciona o carro por assinatura

Vale saber que essa alternativa tem ganhado espaço no mercado como opção prática e flexível para quem não deseja adquirir um veículo de forma definitiva. “Afinal de contas, a mensalidade já cobre despesas como IPVA, seguro, documentos, revisões e manutenção. Assim, o cliente precisa se preocupar apenas com gastos adicionais. E aí estamos falando de combustível e pedágios, por exemplo”, explica Fabio Louzada, planejador financeiro, economista e fundador da Eu me banco.

Por outro lado, os valores mensais variam entre R$ 1,8 mil a R$ 5 mil. Tudo vai depender, claro, do modelo do carro, período de contrato e quilometragem mensal. Ou seja, caso o usuário ultrapasse essa rodagem, terá que pagar valores a mais que variam entre as empresas.

Sem posse

Segundo João Luiz, gerente de vendas do Grupo Viamar, os planos de carro por assinatura geralmente permitem trocar de modelo de veículo após um determinado período. “Algo em torno de um ou três anos. Por isso, acaba sendo ideal para quem gosta de renovar o carro com frequência. Ou então para quem não quer se prender a um veículo por muito tempo”, afirma.

A planejadora financeira e sócia da HCI Invest, Wanessa Guimarães, conta que diferente da compra tradicional ou do financiamento, a assinatura não exige o pagamento de uma entrada, por exemplo. “Portanto, não gera endividamento de longo prazo e não envolve a preocupação com a revenda ou depreciação do bem. Em resumo, o carro continua sendo seu para uso, mas sem a posse, o que, para muitos perfis, é exatamente o que torna esse modelo tão atrativo”, argumenta.

Quem deve e quem não deve assinar

E além desse tipo de condutor que não quer ter automóvel próprio, o carro por assinatura é mais indicado para motoristas urbanos. “Aqueles que priorizam conveniência, previsibilidade de gastos e gostam de trocar de carro com frequência”, comenta Marcos Piellusch, professor da FIA Business School.

O especialista conta ainda que essa alternativa é vantajosa para quem tem dificuldade em lidar com burocracias como seguro, manutenção e documentação. “Executivos, profissionais autônomos de alto rendimento e pessoas que vivem em grandes cidades são perfis comuns para essa assinatura. Outro grupo beneficiado é aquele que não têm acesso fácil a financiamento ou não deseja comprometer o orçamento com entrada e parcelas longas de um carro próprio”, acrescenta.

Por outro lado, Wanessa Guimarães fala que esse modelo não é indicado para motoristas que rodam pouco, como pessoas que trabalham de casa, que usam o transporte público regularmente ou fazem apenas trajetos curtos no dia a dia.

“Também pode não ser interessante para quem vê o carro como um patrimônio ou pretende manter o veículo por muitos anos. Nesses casos, a compra à vista ou até o financiamento pode ser mais vantajoso no longo prazo”, diz.

Vantagens do carro por assinatura

Então, de forma prática, os especialistas com quem a Inteligência Financeira conversou listaram os principais benefícios dessa alternativa. São eles:

  • Previsibilidade financeira: como todos os custos estão concentrados em uma única mensalidade – incluindo IPVA, seguro, licenciamento, revisões e até assistência 24 horas – o motorista não corre o risco de ser surpreendido por despesas inesperadas.
  • Eliminação de burocracias: “Quem opta por assinar não precisa se preocupar com contratação de seguro, idas ao Detran, negociações para vender o carro ou perdas com desvalorização”, afirma Wanessa.
  • Maior flexibilidade: quando o contrato acaba, o cliente pode trocar de veículo se quiser. “Então, é vantajoso para quem gosta de trocar de veículo com frequência sem precisar lidar com burocracias e custos de compra e venda”, comenta Fabio Louzada.

Desvantagens dos carros por assinatura

Obviamente que essa modalidade possui desvantagens. E é preciso levar isso em consideração na hora de verificar se o carro por assinatura é interessante ou não. E as principais desvantagens são:

  • Não há formação de patrimônio: afinal, o carro não é do usuário.
  • Limite de quilometragem: ao exceder esse limite, gera cobranças adicionais, o que pode tornar o serviço mais caro do que o planejado.
  • Nem todos os modelos e marcas estão disponíveis: o que pode limitar a escolha para quem tem preferência por um carro específico.
  • Valor pago pode superar o custo de compra de um carro próprio: “Principalmente para quem pretende ficar com o mesmo veículo por muitos anos”, diz Marcos Piellusch.

Por isso, é muito importante colocar tudo no papel e fazer as contas para entender se o carro por assinatura faz sentido.

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